Estudo apresenta mudanças notáveis no comportamento da população de 2021 até o momento Aumento de 12% na prescrição de antidepressivos e ansiolíticos
A pandemia deixou marcas profundas em todos os cantos do planeta, repercutindo de maneira inegável no campo da saúde e, sobretudo, na saúde emocional das pessoas. À medida que o mundo avança para 2024, a Hibou – empresa de pesquisa e insights de mercado, comportamento e consumo – decidiu investigar a fundo os impactos emocionais que essa crise teve sobre os brasileiros.
A partir do estudo “Saúde Emocional do Brasileiro”, conduzido com a participação de mais de 2500 brasileiros, a Hibou buscou traçar um quadro completo da situação atual, estabelecendo um comparativo com um estudo similar realizado em 2021. Os resultados revelam insights cruciais sobre o estado emocional da nação após essa turbulenta jornada.
“O retorno à normalidade trouxe um turbilhão de mudanças na vida das pessoas, afetando tanto suas vidas pessoais quanto profissionais. Enquanto um aumento de 14% das pessoas declara se sentir mais em paz em 2023 em comparação a 2021, atingindo um total de 61%, chama a atenção o fato de que 86% dos entrevistados relatam níveis elevados de estresse, representando um crescimento de 8% em relação ao período da pandemia”, observa Lígia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou.
Emoções à flor da pele. 12% da população está chorando menos do que em 2021, hoje são 42% dos que concordam que estão mais emotivos. Porém, o crescimento emocional está elevado, 72% acreditam estar mais fortes emocionalmente, 9% a mais do que há dois anos. E os assuntos afetivos tem inspirado metade da população brasileira. Já 68% dos brasileiros declaram ter mais frequência para fazer rezas e orações.
Ansiedade e depressão. Um assunto em alta durante a pandemia foi a importância dos cuidados com a saúde mental. Como resultado de um período incerto, de acordo com a pesquisa da Hibou, houve aumento de 12% no número de brasileiros que estão tomando algum medicamento para ansiedade ou depressão. Hoje são 42% consumindo antidepressivos ou ansiolíticos.
Ajuda profissional, medicamentos e autocuidado. A pandemia incentivou os brasileiros a buscarem suporte profissional, tratamentos e diferentes formas de manterem seu bem-estar físico e emocional. 40% dos brasileiros deram início a algum tratamento, representando 15% a mais do que aqueles que tomaram essa iniciativa em 2021. Entre os que não buscam profissionais e se automedicam, houve um aumento de 10% entre aqueles que o fizeram em 2021. E o cenário ainda aponta para 66% que mantiveram a automedicação. Em relação ao sono, 50% declaram que estão dormindo bem.
Relacionamentos abalados. O aumento de apenas 3% dos brasileiros que começaram um relacionamento elevando esse número para 9% é o demonstrativo de que o isolamento pode ter dado abertura para novas prioridades. 91% declaram que não começaram uma relação em 2023. Por outro lado, 13% a mais terminaram um relacionamento em 2021. 80% se mantiveram ou não estiveram comprometidos.
Sexo em baixa. Enquanto apenas 17% afirmam estarem fazendo mais sexo em 2023 e a grande parcela de 83% declaram estarem que a vida sexual sem grandes mudanças.
Menos paciência. 76% da população declara estar mais impaciente, resultando em 10% brasileiros a mais do que na pandemia.
Menos isolamento, mais trabalho. Atualmente 82% dos brasileiros acreditam que estão trabalhando mais, um aumento de 31% se comparado a 2021. Ainda neste cenário, mais 10% pensaram em mudar de carreira profissional, totalizando 61% em 2023.
Mudanças de rota. Quase metade dos brasileiros (49%) desistiu de um projeto ou atividade em 2023. No comparativo com 2021, 9% a menos deixaram algum plano de lado.
E a alimentação? O brasileiro tem se alimentado melhor em relação a 2021, e 13% declararam melhorias na alimentação, somando 55% em 2023. 83% não têm consumido mais bebidas alcoólicas. Em contrapartida, 61% declaram que estão comendo mais doces.
Tecnologia em prol da saúde. O isolamento social também obrigou os profissionais a oferecerem mais possibilidades de atendimentos usando a tecnologia. A telemedicina, muito utilizada durante a pandemia, foi preservada por 18% dos brasileiros que ainda fazem uso da modalidade, e por 11% que mantiveram os atendimentos e terapias via telepsicologia. O autocuidado entrou na rotina do brasileiro, 10% mais brasileiros se cuidaram agora que em 2021, chegando em 57% os que mantém o foco em si mesmos para melhorias.
Há esperança: os brasileiros estão mais sorridentes… Uma importante descoberta é o aumento de 20% na parcela de brasileiros que têm sorrido mais em 2023. Hoje, 49% concordam que estão dando mais risadas do que em 2021.
… porém estão mais esquecidos. Seja por sequelas da Covid-19 ou por fatores emocionais, 79% dos brasileiros observam que a memória tem apresentado mais falhas. Em 2021 eram 13% menos pessoas com essa percepção.
O tempo está voando. Este ano, 80% se sentem mais cansados e 59% estão mais saudosistas. E ainda há quem diga que o tempo voa: 84% concordam que o relógio está correndo mais em 2023, o que mostra que 14% mais pessoas sentem o tempo passar mais rápido do que há dois anos.