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Cacá Diegues: uma vida dedicada ao cinema nacional

Carlos José Fontes Diegues, conhecido como Cacá Diegues, nasceu em 19 de maio de 1940. Alagoano de Maceió, ele mudou-se para o Rio de Janeiro junto de sua família quando tinha seis anos de idade.

Estudou no Colégio Santo Inácio, dirigido por jesuítas, até ingressar na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), onde fez o curso de Direito. Como presidente do Diretório Estudantil, fundou um cineclube, iniciando suas atividades de cineasta amador com David Neves, Arnaldo Jabor, entre outros. Ainda estudante, dirigiu o jornal O Metropolitano, órgão oficial da União Metropolitana de Estudantes e juntou-se ao Centro Popular de Cultura (CPC), ligado à União Nacional dos Estudantes (UNE).

Em 1962, no CPC, Diegues dirige seu primeiro filme profissional, Escola de Samba Alegria de Viver. Em 1969, após a promulgação do AI-5, Diegues deixa o Brasil, vivendo primeiro na Itália e depois na França, com sua esposa, a cantora Nara Leão. De volta ao Brasil, ele realiza mais dois filmes – Quando o Carnaval Chegar (1972) e Joanna Francesa (1973). Em 1976, dirige Xica da Silva, seu maior sucesso popular.

Em 1978, Diegues inventa, em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo, a expressão “patrulhas ideológicas” para denunciar alguns setores da crítica que desqualificavam os produtos culturais não alinhados a certos cânones da esquerda política mais ortodoxa.

Nesse período de início da redemocratização do país e de renovação do cinema brasileiro, realiza Chuvas de Verão (1978) e Bye Bye Brasil (1979), dois de seus maiores sucessos.

Em 1984, realiza o épico Quilombo, uma produção internacional comandada pela Gaumont francesa, um velho sonho de seu realizador.

Numa fase crítica da economia cinematográfica do país, produziu dois filmes de baixo custo, Um Trem para as Estrelas (1987) e Dias Melhores Virão (1989). Na mesma fase, realizou, em parceria com a TV Cultura, Veja esta Canção (1994). Quando a nova Lei do Audiovisual finalmente é promulgada, ele é um dos poucos cineastas veteranos ainda em atividade – trabalhando com comerciais, documentários, videoclipes. Entre seus sucessos que seguiram incluem-se Tieta do Agreste (1996), Orfeu (1999) e Deus É Brasileiro (2003).

A maioria dos 18 filmes de Diegues foi selecionada por grandes festivais internacionais, como: Cannes, Veneza, Berlim, Nova York e Toronto, e exibida comercialmente na Europa, nos Estados Unidos e na América Latina – o que o torna um dos realizadores brasileiros mais conhecidos no mundo.

É oficial da Ordem das Artes e das Letras (l’Ordre des Arts et des Lettres) da República Francesa e membro da Cinemateca Francesa. O governo brasileiro também lhe concedeu o título de Comendador da Ordem de Mérito Cultural e a Medalha da Ordem de Rio Branco, a mais alta do país.

Tem dois filhos, Isabel e Francisco, do seu casamento com a cantora Nara Leão (se separaram em 1977, 12 anos antes de Nara falecer). Desde 1981, é casado com a produtora de cinema Renata Almeida Magalhães, com quem teve a filha Flora.

Em 30 de agosto de 2018, o cineasta foi eleito novo imortal da Academia Brasileira de Letras, na cadeira de nº 7, que já foi ocupada pelo escritor Euclides da Cunha e pelo fundador da ABL, Valentim Magalhães.

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