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CAMPANHA CHAMA ATENÇÃO PARA CONSCIENTIZAÇÃO E PREVENÇÃO DO CÂNCER DE CABEÇA E PESCOÇO

Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) estimam 39 mil novos casos anualmente no triênio 2023-2025. Especialista da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC) comenta aspectos sobre prevenção, diagnóstico e tratamento destes tumores.

Um nódulo persistente no pescoço, um machucado na boca ou rouquidão prolongados podem ser sinais e sintomas de tumor de cabeça ou pescoço. Com o objetivo de conscientizar sobre este grupo de doenças, a campanha Julho Verde mobiliza profissionais de saúde e a população em geral sobre a importância da prevenção, do diagnóstico precoce e do tratamento das neoplasias.

Segundo dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA), no triênio 2023-2025, são esperados cerca de 39.550 novos casos anuais de câncer de cabeça e pescoço entre homens e mulheres no Brasil. Neste conjunto de tumores, são mais prevalentes os cânceres de boca, faringe (na região da garganta), laringe (também na região da garganta, mas onde se localizam as cordas vocais) e na glândula tireoide (responsável por produzir hormônios que regulam a função de outros órgãos).

Os cânceres de cabeça e pescoço são mais comuns nas regiões Sudeste e Nordeste. Entre os homens, o câncer de boca é o mais prevalente, com cerca de 11.180 novos casos por ano nessa população, enquanto entre as mulheres é o de tireoide, com 8.040 novos casos anuais nessa população.

O Dr. Gilberto de Castro Júnior, coordenador do Comitê de Cabeça e Pescoço da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC), explica que a adoção de hábitos mais saudáveis é a melhor maneira de prevenção.

“São ações simples e necessárias no dia a dia, como manter a higiene bucal diária, praticar atividade física regularmente, ter uma alimentação balanceada, evitar álcool e evitar o tabaco, que é o grande vilão. Em torno de 20% de todos os cânceres são causados pelo hábito do tabagismo. Também, o papilomavírus humano, o HPV, está entre os fatores relacionados ao risco, daí a importância da vacinação”, relata Dr. Castro Júnior.

Nos casos de câncer de boca e de laringe, substâncias presentes no tabaco como benzeno, formaldeído, acroleína e nitrosaminas entram em contato com as células da cavidade oral e provocam mutações que podem resultar em tumores.

Diagnóstico precoce – De acordo com o especialista da SBOC, quanto mais cedo for identificada a doença, mais chances de cura. “Infelizmente, no Brasil, 70% dos pacientes têm o diagnóstico do câncer em estágio avançado. Porém, as taxas de cura chegam até a 90% quando o diagnóstico é precoce”, explica. Em geral, o diagnóstico é realizado por meio da análise de sinais e sintomas, como manchas e feridas na boca, nódulos no pescoço, rouquidão e tosse persistentes, dor de garganta resistente a medicamentos, dificuldade de engolir, dor no ouvido e na cabeça.

O médico também solicita ao paciente o exame de biópsia das regiões lesionadas e pode pedir exames complementares, como ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética e PET-CT.

Dr. Castro Júnior comenta que o tratamento depende da região ou do órgão acometido pela doença, da disseminação das células cancerígenas pelo corpo, do estágio do câncer e da presença de comorbidades, como doenças crônicas: “A cirurgia para remover a área afetada é o tratamento mais comum. Também podem ser indicadas quimioterapia, imunoterapia e radioterapia”.

“O Julho Verde tem o propósito de conscientizar a população e chamar atenção das pessoas para combater o câncer de cabeça e pescoço. Ações práticas diárias podem fazer a diferença, bem como uma postura proativa na observação de sinais e sintomas e na busca de ajuda médica o mais rápido possível. Somente assim iremos reduzir os casos e ter mais diagnósticos precoces, com perspectivas maiores de cura”, conclui ele.

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