Dados divulgados nesta quarta-feira pelo IBGE mostram crescimento das uniões consensuais, que em 2022 representavam 39% das uniões no Brasil.
Em 2022, as uniões consensuais representaram 38,9% das pessoas que viviam em algum tipo de união conjugal no Brasil, ultrapassando, pela primeira vez, o percentual de casamentos civis e religiosos, que somaram 37,9%. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira (5) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com o levantamento, as uniões consensuais, quando não há registro civil ou cerimônia religiosa, já correspondem a 39% dos relacionamentos conjugais no país. O número mostra um avanço em relação aos censos anteriores: 29% em 2000 e 30% em 2010. Esse formato é mais comum entre pessoas de 30 a 39 anos, enquanto os casamentos formais continuam predominantes entre aqueles acima dos 40 anos.
Religião influencia escolha do tipo de união
O estudo também apontou que as crenças religiosas têm impacto direto na decisão sobre o tipo de relacionamento. Entre os que se declaram sem religião, 62,5% vivem em união consensual. Já entre os católicos, o percentual é de 40,9%, e entre os evangélicos, 28,7% optam por esse tipo de união.
Mais diversidade nas relações conjugais
Os dados revelam ainda um crescimento das uniões interraciais no país. Embora a maioria das pessoas ainda viva com parceiros da mesma cor ou raça (67% em 2022), a proporção caiu em comparação com os censos anteriores 71% em 2000 e 69% em 2010.
As uniões entre pessoas de mesma cor ou raça foram mais frequentes entre brancos (70,4%) e pardos (69,7%), segundo o IBGE.
Mudanças na estrutura familiar
O levantamento também apresenta outros indicadores sobre família e nupcialidade. Em 2022, 34 mil crianças e adolescentes de até 14 anos viviam em uniões conjugais. Outro dado marcante é o aumento de pessoas morando sozinhas, que triplicou em duas décadas: de 4,1 milhões (2000) para 13,6 milhões (2022) — o equivalente a quase um em cada cinco domicílios brasileiros.
O IBGE aponta ainda que 51,3% da população com 10 anos ou mais vivia em algum tipo de união conjugal em 2022, número superior ao registrado em 2010 (50,1%) e 2000 (49,5%).
Os estados com maiores percentuais de pessoas em união foram Santa Catarina (58,4%), Rondônia (55,4%) e Paraná (55,3%). Já Amapá (47,1%), Distrito Federal (47,7%) e Amazonas (48,1%) apresentaram os menores índices.
Por outro lado, a proporção dos que nunca viveram em união caiu de 38,6% em 2000 para 30,1% em 2022, enquanto os que não vivem, mas já viveram em união aumentaram de 11,9% para 18,6% no mesmo período.





