Antes mesmo de ser transformada em centro cultural, a Casa – um centro cultural completo à beira-mar, em Ipanema – já era ponto de encontro de artistas como Tônia Carreiro, Fernanda Montenegro, Camila Amado e o grupo Asdrúbal Trouxe o Trombone, que ensaiavam na casa, com a presença constante da anfitriã, Laura Alvim, uma dedicada apoiadora das artes, que doou o imóvel ao Governo do Rio de Janeiro em 1983, através da FUNARJ, seis meses antes de sua morte.
Mulher à frente de seu tempo, Laura queria ser atriz, mas sua família nunca o permitiu. Resolveu fazer desta frustração um estímulo: construiu nas dependências da casa um palco, onde declamava e encenava para amigos, promovia encontros entre veteranos e jovens artistas, sempre incentivando a cultura.
A Casa iniciou suas atividades em 1986 como espaço multicultural com um teatro, um cinema, um auditório para palestras, uma galeria de arte destinada a exposições, lançamentos de livros e disco, e três salas de aula para cursos da área artística e cultural.
Após ter passado por extensa reforma, em 2016, que modernizou suas instalações, a Casa adquiriu nova identidade visual, adequada a sua nova fase, com seus dois teatros completamente modernizados, três cinemas, um grande salão para eventos, de frente para o mar, salas multiuso, galeria de arte e espaço para gastronomia, sempre oferecendo uma programação variada e de qualidade.
A reforma e a modernização – trabalho sem precedentes na Casa desde sua inauguração – foram patrocinadas pela empresa suíça OMEGA, que se instalou ali, durante os, “Jogos Olímpicos do Rio 2016”, e deixou o espaço ainda mais encantador.
O teatro principal ganhou 200 novas poltronas, equipamentos, camarins e outras instalações. Já o Teatro Rogério Cardoso – também conhecido como o Porão –, com 60 lugares, passou a receber tanto peças teatrais quanto saraus, performances e outras possibilidades de eventos. As salas de cinema tiveram a acústica melhorada e ficaram mais confortáveis.
A Casa Laura Alvim terá também um espaço destinado ao pensamento da fotografia contemporâneo, o Núcleo de Narrativas Visuais, com curadoria de Iatã Cannabrava, do Estúdio Madalena. A galeria está preparada para receber outras exposições.
A casa começou com o projeto 35 Anos de Laura, que apresenta ao público, pela primeira vez, peças originais, que foram catalogadas: obras de arte, mobiliários, louças e outros itens. Também foram digitalizados mais de 1500 itens, como fotografias e materiais culturais, e organizados 720 objetos, como candelabros, cristaleiras, mesas e cadeiras. O acervo cultural e museológico passará a fazer parte da casa em um espaço permanente, o Memorial Laura Alvim.
Os visitantes poderão ver o pequeno palco, com cadeiras refletidas, que resgata a memória dos encontros que Laura Alvim promovia com grandes nomes da arte e da cultura, entre eles Fernanda Montenegro, Bibi Ferreira, Darcy Ribeiro e Tônia Carrero.
Já a sala de jantar conta com imagens de documentos, fotos e objetos históricos da família, e um time-lapse de 24 horas da vista da Praia de Ipanema, gravado da varanda de onde Laura contemplava o mar. Será exibido um autorretrato inédito da anfitriã e o público poderá ouvir trechos dos poemas que ela enviou ao pai.
Na varanda, acontecerão apresentações de músicos, tocando sax, violino e outros instrumentos. Além da mostra, haverá oficinas teatrais para crianças e adolescentes de instituições públicas e um estúdio musical onde será gravada parte da programação da nova rádio web, a rádio Laura (https://www.radiolaura.com). Por sinal, o público poderá usufruir do estúdio uma vez por mês, para produzir seus próprios materiais de áudio.
O CCLA fica na Av. Vieira Souto, 176 – Ipanema, Rio de Janeiro, seu funcionamento é de segunda a domingo, de 13h às 22h.