No caso do ChatGPT, o nome é uma sigla para Generative Pre-Trained Transformer, algo como “Transformador pré-treinado generativo”. “Basicamente, os dois têm os mesmos recursos, sendo capazes de realizar infinitas tarefas, desde escrever artigos, notícias e redações escolares até criar códigos inteiros de programação ou ajudar a encontrar erros e bugs em códigos, traçar estratégias de vendas, compor músicas e produzir teses acadêmicas”, explica Carol Lagoa, co-founder da Witec IT Solutions.

Sidirley Fabiani, CEO da Gestiona e pesquisador da FEA-USP, complementa afirmando que “essas tecnologias são capazes de entender a linguagem natural e responder perguntas ou gerar textos de forma coerente e inteligente. Ou seja, utilizam o aprendizado de máquina para simular uma conversa humana em vários contextos, como atendimento ao cliente, assistência pessoal, educação, entre outros. Com isso podem ser integrados a diversas aplicações e sistemas para melhorar a interação com o usuário e fornecer respostas rápidas e precisas”.

Para as empresas essas ferramentas são de grande usabilidade. Apesar de necessitar constantemente de conferência, podem trazer redução de custos e otimizar processos, principalmente na elaboração de conteúdo. Isso possibilita mais tempo para as empresas pensarem no estratégico. Ponto importante é que a tecnologia pode ser usada pelas empresas independentemente do tamanho.

“Engana-se quem pensa que essas inovações só podem ser usadas por grandes empresas com nomes reconhecidos no mercado. Ao contrário, a facilidade de acesso e a possibilidade de consultar de temas simples até questões mais complexas traz uma gama de oportunidades para as micro e pequenas empresas”, complementa.

Assim, no universo corporativo, surgem ótimas perspectivas com a tecnologia. São muitos os benefícios, como os exemplos detalhados pela Carol Lagoa:

• automatização de tarefas rotineiras, como atendimento ao cliente ou trabalho administrativo.
• economia de tempo e dinheiro, bem como a precisão dos resultados, pela capacidade de extrair uma imensa quantidade de dados de várias fontes, além de melhoria contínua do machine learning.

Substituição dos humanos

“Já entre as preocupações, destacam-se o medo da substituição dos humanos pelas máquinas (um receio que sempre aparece com o surgimento de uma nova tecnologia) e a necessidade de preparar os profissionais para um futuro que exigirá novas habilidades”, conta a especialista da Witec.

Ela também minimiza esse fato afirmando que, por mais que haja uma preocupação latente sobre o assunto, as chances da inteligência artificial substituir completamente as pessoas em qualquer setor são muito baixas.

“Embora a tecnologia possa ser útil para determinadas tarefas, a interação humana sempre será necessária para processos complexos de tomada de decisão ou solução criativa de problemas. Além disso, as pessoas são necessárias para desenvolver novos produtos ou serviços, bem como fazer análises complexas e fornecer insights valiosos sobre o atendimento ao cliente, por exemplo”, conta Carol Lagoa.

No entanto, aqueles que possuem habilidades técnicas podem precisar passar por aprendizado (upskilling) e reciclagem (reskilling) caso queiram permanecer competitivos nessa nova era de automação baseada em inteligência artificial (IA).

Áreas de impacto

Uma pesquisa recente buscou a visão de empreendedores sobre os efeitos dessa tecnologia por áreas. Com base nisso, é possível verificar que a área de Publicidade foi indicada como a mais impactada com a popularização do ChatGPT, com 451 respostas (30,7%). Em segundo lugar, temos o Jornalismo, com 254 respostas (17,3%), seguido por Educação com 163 respostas (11,1%) e Advocacia com 161 respostas (10,9%). As áreas de Turismo, Contabilidade, Programação, TI, Vendas e Telemarketing também foram citadas, embora com uma frequência menor.

“É interessante notar que as áreas mais impactadas estão relacionadas à comunicação e à interação com o público, seja em relação à produção de conteúdo (marketing digital, publicidade e jornalismo), à prestação de serviços (advocacia) ou à transmissão de conhecimento (educação). Isso sugere que a inteligência artificial seja útil para automatizar tarefas repetitivas e reduzir o tempo gasto em tarefas administrativas, permitindo que os profissionais dessas áreas se concentrem em atividades mais estratégicas”, analisa Carol Lagoa.

No entanto, é importante ressaltar que os resultados da pesquisa não indicam necessariamente que essas áreas serão negativamente afetadas pela popularização da tecnologia. Pelo contrário, elas podem se beneficiar da tecnologia para aprimorar seus serviços e, assim, tornarem-se mais eficientes.

“O ChatGPT e o Bard são apenas exemplos de como a tecnologia está mudando o mundo e criando novas possibilidades para os negócios e a sociedade em geral. Cabe a todos nós nos prepararmos para essa revolução tecnológica e aproveitarmos as oportunidades que surgirão a partir dela”, finaliza Carol Lagoa.

Na vida das pessoas

Sidirley comenta que para a vida das pessoas o impacto das tecnologias de Inteligência Artificial pode ser bem abrangente e, em alguns casos, bem profundo, com destaques para os seguintes contextos:

· No atendimento: pode fornecer um atendimento mais eficiente e personalizado. Isso pode melhorar a experiência de cada um de nós e tornar a interação com as empresas mais agradável.

· Na medicina: pode ajudar os médicos a fazer diagnósticos mais precisos e tratamentos mais personalizados, o que pode levar a uma melhoria na qualidade de vida dos pacientes.

· Na educação: para personalizar o aprendizado e fornecer uma educação mais eficaz. Isso pode ajudar os alunos a aprender em seu próprio ritmo e de acordo com suas necessidades individuais.

· Na segurança: para prever e prevenir ameaças à segurança, como crimes e acidentes. Isso pode tornar o mundo um lugar mais seguro para as pessoas.

· Na qualidade de vida: pode melhorar a eficiência em muitos aspectos da vida, como transporte, energia e comunicações. Isso pode tornar a vida mais fácil e agradável para as pessoas.