Especialista orienta sobre cuidados que podem ser tomados para evitar complicações durante o período
Apesar das temperaturas amenas e das chuvas registradas em junho na região Sudeste do Brasil, a previsão para os próximos meses indica que vai chover abaixo da média, segundo boletim do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com especialistas, essa condição típica do inverno pode afetar diretamente a saúde respiratória da população.
O professor da Escola de Saúde do Centro Universitário Facens, Bruno Moneta, explica que as variações do clima típicas do período já podem ser observadas. “A região Sudeste vem enfrentando estiagem, baixa umidade do ar e alta amplitude térmica, com noites e manhãs frias e dias quentes. Por esses motivos, as pessoas podem apresentar dificuldades respiratórias como secura e irritação nasal, reações alérgicas devido à poluição, aumento na produção e retenção de muco nas vias respiratórias, o que pode levar a infecções”. Isso ocorre, segundo o professor, devido ao ar seco, que desidrata as mucosas do nariz, garganta e faringe.
A ocorrência de reações alérgicas também são comuns, de acordo com especialista, “o que pode acarretar no surgimento de rinite, sinusite, crises asmáticas e agudização de doenças respiratórias crônicas, principalmente em idosos”. Além disso, o professor ressalta que as temperaturas mais baixas favorecem a disseminação de microorganismos, cenário que amplia a transmissibilidade de doenças virais respiratórias como gripe comum, H1N1 e COVID. Ainda de acordo com ele, “podem haver complicações de doenças virais, como sinusite e pneumonias”.
Com o inverno já batendo à porta, o cuidado deve ser imediato. Moneta orienta que “neste período é de extrema importância a ingestão adequada de líquidos para manter a umidade nas vias aéreas”. Além disso, o profissional reforça a importância da alimentação balanceada e saudável e a prática de atividades físicas para manter a imunidade estável. “Devemos abusar de frutas cítricas ricas em vitamina C, alimentos ricos em glutamina como carnes, peixes, ovos, laticínios, grão de bico, soja, lentilha e feijão e alimentos ricos em ômega 3 e vitamina D”, enfatiza.
“Leva uma blusa”: a dica das mães também é válida
O especialista reforça a importância de evitar a exposição prolongada a temperaturas baixas, ao sereno e à poluição, por isso, recomenda o uso de roupas adequadas para que o corpo não perca calor. Além dos cuidados nutricionais e com as vestimentas, ele também sugere cuidados adicionais nos períodos mais intensos de estiagem, como a lavagem nasal com soro fisiológico para mantê-lo úmido e hidratado. “Também é importantíssimo evitar aglomerações, locais confinados e com baixa umidade e contato com pessoas com diagnóstico de doenças respiratórias transmissíveis. Caso tenha contato, é preciso usar máscara e higienizar as mãos”, comenta.
Umidificador de ar pode ser aliado, mas exige atenção
O tempo seco e a presença de muitas partículas de poluentes no ar podem agravar os problemas respiratórios. Por isso, manter o ambiente arejado e iluminado durante o dia é ideal, mas o uso de umidificadores de ar pode ser uma medida adicional benéfica se usado corretamente. “Quando o aparelho fica ligado por períodos longos, causa um excesso de umidade, o que pode trazer mais problemas do que alívio, uma vez que fungos e bactérias se proliferam em alta umidade”, explica.
O profissional recomenda que ao utilizar o aparelho, é preferível ligá-lo com antecedência de três a quatro horas antes de dormir para alcançar uma boa umidade no ambiente. “Se for necessário manter o equipamento ligado durante a noite, ajuste-o para a intensidade mínima e mantenha uma porta aberta para permitir o escape do excesso de partículas de água. Uma toalha de rosto úmida perto da cama também pode ajudar a melhorar a umidade do ar, enquanto as bacias com água são ineficientes”, acrescenta.
Atenção também deve ser dada aos aquecedores com resistência (calor seco) e aparelhos de ar condicionado na função quente, que são grandes vilões da umidade do ar. O professor ressalta que, nesses casos, o uso de umidificadores é imprescindível. “Manter o ambiente limpo, livre de poeira, e evitar cortinas e tapetes também contribuem para a saúde respiratória, especialmente para grupos de risco”, finaliza.