Com entrada gratuita, o show passeia pela obra do mestre da sanfona, é domingo, 26 de maio, 16h, no Parque Glória Maria, em Santa Teresa
“Ponte entre o fole, as teclas e o coração. Brasilidade”. Assim a cantora, pianista, compositora e arranjadora Claudia Castelo Branco define o compositor e sanfoneiro Sivuca, que ela volta a homenagear com um show gratuito no próximo dia 26, quando o artista faria 94 anos, às 16h, no Parque Glória Maria, antigo Parque das Ruínas, em Santa Teresa. É o espetáculo “Viva Sivuca”, projeto contemplado pelo edital Viva o Talento, da Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Municipal de Cultura. Ano passado, Claudia fez um giro, pelo circuito Sesc, com esse mesmo show, que acabou virando um álbum, Lançado nas plataformas de streaming neste mês de maio.
“Sivuca foi um ativista da sanfona, queria provar para o mundo que ela poderia ser um instrumento sofisticado e habitar salas de concerto, tocar com orquestras. Ele abraçou a missão de acabar com o preconceito, já que o instrumento era sempre relacionado à música regional. Eu me identifiquei muito com isso e tento dar continuidade: expandir ainda mais as possibilidades e levar esse repertório para dentro do piano”, explica Claudia, que já gostava de músicas de Sivuca antes de saber que era ele o autor. Caso de “Feira de mangaio”, forró que ela dançou muito na voz de Clara Nunes durante a adolescência.
A ideia de homenagear Sivuca surgiu por meio do convite para fazer a direção musical do show de abertura do Rio Music Market em 2021, cujo homenageado do ano era ele. No processo da escolha do repertório e da criação dos arranjos, Claudia Castelo Branco foi se apaixonando pelas músicas e pelo universo ainda muito desconhecido das obras dele. “Senti uma vontade grande de mergulhar mais profundamente ali com meu piano e voz, além do impulso de mostrar a diversidade e a genialidade de Sivuca”, lembra Claudia.
O repertório do show será basicamente de canções do álbum que a artista acaba de lançar, como “Cabelo de milho” e “Capim do vale”. Claudia achou importante seguir os passos do mestre e apresentar algo de autoria dela, por isso incluiu “Bendegó”, parceria com Renato Frazão, além de “No tempo dos quintais” (Sivuca e Paulinho Tapajós), que ficou famosa na voz de Fagner.
“Sempre escolho o repertório a partir daquilo que me causa arrebatamento. Todas as músicas me tocam em algum lugar especial, seja por memórias de infância ou adolescência, como ‘Feira de mangaio’; seja pela genialidade da construção melódica, caso de ‘Um tom para Jobim’; ou pela simplicidade carregada de encantamento, a exemplo de “Amor verdadeiro’. No fundo eu poderia acrescentar muito mais músicas ao álbum, porque a obra de Sivuca é vasta e belíssima”, exalta Claudia, que, no show deste domingo, será acompanhada de Fred Ferreira no baixo e na guitarra, que participou do álbum, e Bernardo Aguiar na percussão.