Escritos ao longo do tratamento de doenças potencialmente fatais, três diários com finais felizes, repletos de esperança e vontade de viver, compõem o livro “Diário de uma angústia” (editora Máquina de Livros). Os relatos são do jornalista Mauro Ventura, que teve um AVC com apenas 31 anos, da também jornalista Luciana Medeiros, que fez transplante de medula, e do médico e psiquiatra Fernando Boigues, que acompanhou a filha enfrentando um tumor cerebral aos 26 anos. “Diário de uma angústia” será lançado em 18 de outubro (Dia do Médico) com noite de autógrafos na Livraria Travessa do Shopping Leblon, no Rio de Janeiro. O livro teve patrocínio, através da Lei Federal de Incentivo à Cultura, do Magazine Luiza e da Assim Saúde.
A ideia do livro surgiu em 2018, durante um evento na área de saúde no qual Mauro Ventura falou sobre a experiência do AVC, ao lado do pai, o jornalista Zuenir Ventura. Ao comentar que havia escrito um diário durante sua internação, um dos médicos presentes, Fernando Boigues, contou que havia feito o mesmo, mas durante a internação da sua filha Fernanda. A partir desse encontro, Mauro convidou para o livro Luciana Medeiros, que também havia escrito um diário durante o transplante de medula para tratar um linfoma de Manto.
Experiências difíceis transformadas em linguagem falada ou escrita podem aliviar os sentimentos angustiantes de quem está passando pelo turbilhão de incertezas que a doença provoca. Embora semelhantes no formato e no propósito, os diários foram originalmente escritos em suportes diferentes – de Fernando, num caderno escolar; de Luciana, num blog; de Mauro, em papéis soltos. Na primeira parte do livro, encontram-se os três relatos – “O livro da Nanda” (Fernando Boigues), “Diário do Manto” (Luciana Medeiros) e “Notas de uma mente em desalinho” (Mauro Ventura) – e a apresentação de Andrew Solomon, autor de best-sellers mundiais como “O demônio do meio-dia – Uma anatomia da depressão” e “Longe da árvore”.
“Este livro se propõe a explicar como recuperar uma mente saudável quando seu corpo decepcionou você. É um guia para o seu espírito, que mostra como lidar com a lacuna traiçoeira entre um corpo sob ataque e uma mente triunfante. E uma mente triunfante muitas vezes serve não apenas para se curar, mas também para ajudar o corpo que ela ocupa”, escreve Solomon na apresentação do livro.
Na segunda parte, “Diário de uma angústia” traz depoimentos de oito profissionais de saúde sobre a importância da comunicação com os pacientes e a humanização da medicina. Ao ouvir o lado do profissional de saúde, o livro abre espaço para visitar o campo da Medicina Narrativa – movimento desenvolvido pela norte-americana Rita Charon. São relatos de Margareth Dalcolmo (pneumologista), Christian Dunker (psicanalista), Lorraine Veran (médica clínica e paliativista), Luiz Roberto Londres (cardiologista) Margaret Waddington Binder (psicanalista e psicossomaticista), Mauro Fantini (biomédico, professor e palhaço), Ivan Santana (neurocirurgião) e Chrystina Barros (executiva da saúde). “Na prática médica, quem dá o diagnóstico não somos nós, é o doente; é o que ele nos narra”, reforça em seu depoimento a Dra. Margareth Dalcolmo.
Lançamento: Dia 18 de outubro, terça, a partir das 19h. Livraria Travessa do Shopping Leblon (Av. Afrânio de Melo Franco 290, 2º piso, Leblon, RJ)