Sabemos que as plantas para se desenvolverem precisam da luz do sol para realizarem a fotossíntese. As plantas absorvem principalmente a luz vermelha e azul do sol para realizarem este processo (não se preocupem, não escrevi errado, é isto mesmo, o sol não é amarelo como em nossos desenhos, ele se divide em vermelho, laranja, amarelo, verde, azul, índigo e violeta ou seja, as mesmas cores do arco-íris).
Contudo, estas mesmas luzes, vermelha e azul, responsáveis pela realização do processo fotossintético nas plantas terrestres, não são capazes de atingirem as profundezas dos oceanos. De que maneira então, as macroalgas marinhas, que contribuem para o sequestro global de carbono atmosférico, realizam a fotossíntese no fundo do mar?
Acontece que as macroalgas marinhas verde – Codium frágil – que vivem nas profundezas dos oceanos, desenvolveram uma característica singular que lhes permite sequestrar a única luz do sol que é capaz de chegar às profundezas, e mesmo assim de maneira fraca, que é o espectro azul-esverdeada. Através de uma proteína chamada “antena fotossintética”, semelhante às encontradas nas plantas terrestres, as macroalgas conseguem capturar a fraca luz do sol e transformá-las em energia para se desenvolverem.
Recentemente, pesquisadores da Universidade de Osaka, no Japão, descobriram o mecanismo molecular pela qual estas macroalgas conseguem realizar este processo físico-químico com uma luz com baixa densidade e ao mesmo tempo com tamanha eficiência. Durante o processo de fotossíntese, existe uma substituição das moléculas de clorofila tornando o processo o processo de absorção da luz azul-esverdeada mais eficiente.
Uma melhor compreensão de como os organismos se adaptam para sobreviver nas profundezas dos oceanos, nos levará a um melhor entendimento sobre o uso da luz solar e ao desenvolvimento de fontes de energias renováveis.