Jornal DR1

Coqueluche, uma doença que volta a preocupar autoridades de saúde

A vacinação é a principal forma de controle

Uma doença que já estava controlada e praticamente erradicada, voltou a preocupar as autoridades de saúde. O ano de 2024 teve 3.253 registros de casos notificados de coqueluche, o que o torna o ano com mais casos desde 2014, quando foram registrados 8.622 casos da doença. Em 2013 foram contabilizadas 3.113 pessoas doentes, segundo painel epidemiológico do Ministério da Saúde (MS).

Os índices de coqueluche começaram a cair a partir de 1990, quando eram cerca de 10 casos por 100 mil habitantes (índice de 10,0) com o aumento da vacinação da população. No Brasil a vacina que protege contra coqueluche é aplicada nas crianças pequenas (com menos de 6 meses) e nos reforços nas crianças após 1 ano de idade. Os adolescentes não recebem o reforço que aumenta a proteção contra a coqueluche, diferente do que acontece nos Estados Unidos e na Europa. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS) identifica várias causas para o aumento dos casos de coqueluche nos últimos anos. A cobertura vacinal abaixo da meta, especialmente em crianças; a falta de vacinação ou o esquema incompleto nas populações; a diminuição da imunidade ao longo do tempo, o que pode levar a um aumento dos casos em adolescentes e adultos; o  diagnóstico tardio e subnotificação em adultos, onde os sintomas podem ser confundidos com outras doenças respiratórias. Todas essas situações contribuem para a disseminação da doença. Esses fatores combinados explicam o aumento dos casos de coqueluche nos últimos anos, tornando a vacinação contínua e a monitoração de surtos uma medida essencial para o controle da doença.

Após o nascimento, é recomendado que o bebê receba três doses da vacina pentavalente: aos 2 meses, aos 4 e aos 6 meses de idade. Ela imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenzae do tipo b e hepatite B. A cobertura vacinal em 2024 foi de 90,25%.

Ainda, a vacina tríplice bacteriana vem para reforçar a proteção da criança,   aplicada aos 15 meses e nos 4 anos de idade. Todos os imunizantes fazem parte do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS).

A coqueluche é uma doença infecciosa, causada pela bactéria Bordetella pertussis, que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar. É altamente transmissível, já que o contaminado pode infectar outras pessoas através de gotículas da tosse, espirros ou mesmo ao falar.

No primeiro estágio, o mais leve, os sintomas são parecidos com o de um resfriado:

  • Mal-estar geral
  • Corrimento nasal
  • Tosse seca
  • Febre baixa

Depois, a tosse seca piora e outros sinais podem aparecer:

  • Tosse passa de leve e seca para severa e descontrolada
  • Tosse pode ser tão intensa que pode comprometer a respiração
  • Crise de tosse pode provocar vômito ou cansaço extremo

Os sinais e sintomas da coqueluche duram entre seis a 10 semanas, podendo durar mais tempo, conforme o quadro clínico e a situação de cada caso. Na suspeita da doença, procure um serviço de saúde mais próximo de sua residência.