Da Agência Brasil
A Prefeitura do Rio de Janeiro comemorou a marca de 2.099.072 pessoas que receberam ao menos a primeira dose da vacina contra a covid-19 desde janeiro até as 16h de hoje (28), nos grupos prioritários definidos na campanha de imunização no município. Com isso, foi batida, antecipadamente, a meta de imunizar 40% desse público alvo até o fim de maio.
Os grupos definidos incluem idosos; pessoas com comorbidades, conforme a lista do Programa Nacional de Imunização (PNI); trabalhadores da saúde; pessoas com deficiência; gestantes e puérperas com comorbidades; populações indígena, quilombola, em situação de rua e privada de liberdade; funcionários do sistema de privação de liberdade; e trabalhadores da educação.
De acordo com a prefeitura, foram contemplados os 20 principais públicos indicados pelo Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação Contra a Covid-19. Amanhã (29), o município conclui a vacinação dos grupos prioritários.
“Metas de abril e de maio batidas, a gente segue no nosso planejamento, na certeza de ir batendo as metas, mês a mês, para que chegue a outubro com 85% a 100% da população vacinável, imunizada”, disse, o superintendente de Vigilância em Saúde da Secretaria Municipal de Saúde (SMS), Márcio Garcia, durante a apresentação do 21º Boletim Epidemiológico da Prefeitura do Rio de Janeiro.
Novo calendário
Na segunda-feira (31), a imunização do público em geral começa pelas pessoas de 59 anos, até chegar ao dia 23 de outubro com a faixa etária de 18 anos.
O governo municipal fez um apelo para que as pessoas prefiram o período vespertino para receberem a vacina. “O nosso pedido é que, a partir de segunda-feira, precisa ser muito reforçado que as pessoas procurem se vacinar no período da tarde, porque no período da manhã as unidades são mais cheias. É muito importante que a população contribua com isso e evite procurar a vacinação no período da manhã, só se for estritamente necessário”, recomendou o secretário municipal de Saúde, Daniel Soranz, também durante a apresentação do boletim.
Soranz disse que toda semana a secretaria tem uma previsão de entrega de doses do Ministério da Saúde. Para definir o calendário, a pasta checou as perspectivas de entrega de imunizantes do Butantã, da Fiocruz e da Pfizer. “A gente fez uma análise do que os institutos informaram, o que o Ministério da Saúde informou de previsão de entrega para todos os municípios e, a partir disso, a gente conseguiu elaborar o calendário com o objetivo de dar previsibilidade para as pessoas”, disse o secretário.
O secretário disse que o ministro Marcelo Queiroga reduziu o prazo de distribuição das doses para os estados. Para Soranz, não faz sentido segurar a vacina em estoque, quando o ministério já dispõe dos imunizantes. “O ministro mudou esta frequência de entrega, que diminuiu. O que levava próximo de uma semana em média, agora, leva um tempo muito menor. O [imunizante] produzido na Fiocruz é entregue diretamente aqui. Os voos e a logística de entrega do Butantã e da Pfizer também diminuíram o tempo de entrega. É muito importante que além de ter os institutos entregando, o Ministério da Saúde trate da questão da vacina com o sentimento de urgência que ela precisa ser tratada”, completou.
Para o secretário, será possível cumprir a meta de vacinar o público de 18 a 59 anos até o dia 23 de outubro. Segundo ele, em abril foram vacinadas 780 mil pessoas e em maio, que ainda não terminou, quase 600 mil pessoas já foram vacinadas. “A expectativa é que a gente vacine 600 mil pessoas por mês e vá cumprindo as metas e mantendo o calendário, que é factível e possível. É necessário que a gente coloque essas metas”, contou.
Barreira sanitária
Sobre a possibilidade de determinar barreiras sanitárias por causa da variante indiana (B.1.617), o secretário informou que essa é uma responsabilidade da Anvisa e está sendo discutida com o Ministério da Saúde que, segundo ele, deve divulgar uma recomendação com normas para aeroportos internacionais. “Teve uma série de reuniões com o Ministério da Saúde sobre isso e a gente está esperando, porque é atribuição deles com relação a isso”, disse.
Um homem de 32 anos foi diagnosticado com a variante. Ele está em isolamento em Campos dos Goytacazes, no norte fluminense, depois de chegar da Índia e fazer uma escala em São Paulo.
A SMS fez um rastreamento para testar todas as pessoas com quem o homem teve contato. Até o momento não houve registro de nenhum caso positivo. Segundo Márcio Garcia, ao todo são 29 pessoas que estavam ou no voo de Guarulhos para o Rio, ou no hotel onde ele se hospedou antes de seguir para Campos dos Goytacazes.
O superintendente destacou que qualquer pessoa que tiver sintomas pode ser testada em qualquer unidade de saúde do município. “Pode buscar o atendimento e vai ser testado, a maioria com teste de antígenos se tiver indicação. Se o teste de RT-PCR for indicado também temos acesso e isso aumenta muito a nossa capacidade de detecção, muitas vezes mais efetivo do que outras testagens fora de uma unidade de saúde”, completou.
O secretário não vê necessidade de montar barreiras sanitárias na Rodoviária Novo Rio, na região portuária da cidade. “Tem muitos poucos ônibus que chegam de outros países aqui na Novo Rio, então não faz muito sentido fazer bloqueio de ônibus que circulam entre municípios e interestadual. A gente não pretende fazer nenhum bloqueio na Rodoviária Novo Rio”, apontou.
Variantes
Na última semana, foram identificados na cidade, 37 novos casos de diferentes variantes do novo coronavírus, sendo 11 moradores locais. Desde a identificação do primeiro caso, o município soma 495 registros, sendo 384 residentes. São 373 casos da variante brasileira (P.1) e 11 da britânica (B.1.1.7). Entre os moradores infectados por essas cepas, 34 faleceram, 14 permanecem internados, e 336 já são considerados curados. Dos não moradores do Rio infectados pelas variantes, 24 vieram de Manaus, 7 de Rondônia e 80 de outros municípios.
Eficiência
Quanto aos casos de óbitos mesmo após a vacinação, o secretário afirmou que a CoronaVac não impede totalmente que a pessoa pegue a covid-19, mas a vacina se propõe a reduzir muito a internação e a chance de ir a óbito com a doença. “Esse é o objetivo dessa vacina que tem se mostrado efetiva quando a gente olha os números por faixa etária nos hospitais. Algumas pessoas vão ter mais dificuldades de conseguir a imunização completa. Se a pessoa é HIV positivo, tem tratamento de um câncer ou está tomando algum imunossupressor ela vai ter mais dificuldade em contrair a imunidade e pode adoecer, principalmente pessoas muito idosas com comorbidade grave”, avaliou, acrescentando que todas as pessoas internadas nas unidades hospitalares do município com covid-19 que foram vacinadas com as duas doses estão sendo monitoradas para identificar a evolução nos casos e mortes. “[Os casos] são raros e acontecem de maneira muito pouco frequente”.