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CPI quer ajuda do governo por indenizações do acidente da Chapecoense

Da Agência Senado

Depois de ter as atividades paralisadas por conta da pandemia, a CPI sobre a situação de familiares e vítimas do acidente da Chapecoense voltou a se reunir nesta quinta-feira (18), quando aprovou seis requerimentos de convocações. Entre os convocados, estão o presidente da Caixa Econômica Federal (CEF), Pedro Guimarães, e representantes de companhias seguradoras.

Todos os pedidos partiram do relator, Izalci Lucas (PSDB-DF). Com outros integrantes da comissão de inquérito, o senador defendeu a participação ativa do governo brasileiro em favor dos parentes das vítimas, que até hoje não receberam suas indenizações, cinco anos após o acidente.

A oitiva do presidente da Caixa, por exemplo, foi pedida porque a estatal firmou contrato com a Tokio Marine Seguradora, empresa que, segundo os senadores, insiste em não cumprir suas obrigações contratuais. Havia ainda um requerimento para convocação do presidente da Petrobras, Joaquim Silva e Luna, mas o pedido foi retirado de pauta depois que a empresa se comprometeu a enviar à CPI informações sobre seus contratos com a seguradora multinacional.

“Não queremos prejudicar a imagem de ninguém, mas colaboração na busca de um entendimento. Essas estatais fizeram seguro com uma empresa que está sendo investigada pela CPI. Será que eles vão cumprir o que foi contratado e com o que está na apólice? Imagine se houver um acidente em alguma plataforma da Petrobras. Será que o negócio foi avaliado corretamente? O valor é o suficiente? Há cláusulas intencionais que resultem na exclusão de pagamento?”, indagou o relator.

Jorge Kajuru (Podemos-GO) defendeu a intervenção direta do presidente Jair Bolsonaro no assunto, pois, para o senador, trata-se de um caso de governo.

“Não temos o poder que o governo teria de entrar para valer e não permitir, por exemplo, que uma estatal como a Caixa seja parceira de uma seguradora irresponsável. Não estamos aqui para denegrir imagem de ninguém, mas como se faz um negócio de R$ 1,5 bilhão de reais com uma seguradora que até hoje não teve a sensibilidade de entender o drama dessas famílias. Não tem cabimento estatais serem parceiras de uma empresa irresponsável”, opinou.

Outros convocados

Os demais convocados pela CPI são o funcionário da corretora AON UK Limited, Graham Bailey; o presidente da Tokio Marine, José Adalberto Ferrara; o presidente da corretora de resseguros AON Benfield, Marcelo Homburguer; o presidente da seguradora Chubb Brasil, Leandro Martinez; e a presidente da Liberty Seguros, Patrícia Chacon.

A CPI da Chapecoense foi instalada em dezembro de 2019. O objetivo da comissão é apurar a situação dos familiares das vítimas do desastre. Os senadores investigam ainda os motivos pelos quais familiares ainda não receberam indenizações. O prazo para a conclusão dos trabalhos termina em abril de 2022.

O acidente completa cinco anos em 29 de novembro, quando o avião da empresa boliviana LaMia levando a delegação da Chapecoense, jornalistas e convidados caiu na Colômbia. O resultado da tragédia foram 71 mortos. Seis pessoas sobreviveram.

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