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Crivella, o prefeito impopular

São tantas as negativas do governo Marcelo Crivella, que fica difícil achar algo positivo que comprove a eficácia de um bom governo. A problemática na saúde, os casos de indicação que ficou nacionalmente conhecido como “Fala com a Márcia” e os superfaturamentos, comprovam que o Rio não teve sorte.

Um escândalo que motivou várias ações e movimentos de revolta contra Crivella, após vir à tona, informações de uma agenda, que constava um planejamento envolvendo 250 pastores, cujo atendimento nos hospitais municipais seriam facilitados, as cirurgias teriam prioridade, além de amortização de dívidas, isenção tributária de igrejas e muito mais.

Após o vazamento das informações, o vereador Átila Nunes protocolou o primeiro pedido de impeachment do governo Crivella, com 60 páginas, cuja acusação defendia a “apuração de crime de responsabilidade e infração político-administrativa”, além da “inabilitação para exercer a função pública pelo prazo de oito anos.

Em outro momento, Crivella, atualmente bispo licenciado volta a oferecer privilégios para as igrejas e fala explicitamente em utilizar seu cargo para isso. “Às vezes o pastor está na porta da igreja e diz assim: ‘quando o povo atravessa, pode ser atropelado’. Vamos botar um sinal de trânsito. Vamos botar um quebra-molas.

Ou então o pastor diz assim: ‘o ponto de ônibus é lá longe, o povo desce e vem tomando chuva até a porta da igreja’. Então vamos trazer o ponto pra cá. Vamos aproveitar esse tempo que nós estamos na prefeitura para arrumar nossas igrejas”, discursa.

E continua: “Se vocês quiserem fazer eventos no parque Madureira, está aqui o nosso líder, que é o doutor Valmir. Se vocês tiverem problema, tem o Manassés, o nosso companheiro, que cuida das pessoas com problema de vícios em drogas. Contem conosco, este palácio está aberto a vocês. Qualquer coisa, nossa equipe está aqui. Se as igrejas estiverem bem, crescendo, quantas tragédias não vamos evitar?”

Acima, o diálogo de Marcelo Crivella com os líderes religiosos que tentavam a todo instante, blindar sua campanha, mas por 35 votos contra 13, a denúncia que indicava irregularidades na renovação de contratos com concessionárias estrangeiras e os dados acima mencionados, foi arquivada.

Com a pandemia, os holofotes colocaram o atual prefeito em mais evidências e trouxe de fato, a crise e as jogadas políticas que colocam o governo numa completa saia justa, com novo processo de impeachment de Crivella, as vésperas das eleições.  Se não bastassem os escândalos denunciados pelo doleiro Sérgio Mizrahy numa delação premiada, trazendo à tona, novo escândalo de Crivella com os irmãos Alves e a RioTur.

Marcelo Alves Foto de Tânia Rego Agência BrasilO presidente da Riotur, Marcelo Alves, durante coletiva sobre o Carnaval Rio 2020

Alvos de uma operação da Polícia Civil e Ministério Público do Rio, Marcelo e Rafael Alves são os protagonistas de operar um esquema milionário de propina, conforme divulgado pelo MP-RJ e informações divulgadas pelo RJ2, da Tv Globo. Crivella, que também foi alvo de mandados de busca e apreensão, teve seu celular apreendido.

No aparelho apreendido, mais de 1949 mensagens trocadas entre Rafael e Crivella confirmam a veracidade das denúncias. Apesar de algumas desavenças que surgiram no meio da trajetória política, Crivella funcionava como quase um subordinado de Rafael Alves, que ao que tudo indica, era articulador e todo poderoso que ditava as ordens ao prefeito, que por motivos ainda não comprovados, executava todas as solicitações de Alves.

Em licitações fraudadas, a  falta de pagamento aos prestadores de serviços, fornecedores e parte do funcionalismo público, a prefeitura do Rio claramente nada fez, para minimizar os impactos da pandemia na cidade, empurrando cada vez mais no poço, milhares de cidadãos que imploravam por um atendimento, por uma medicação, por atenção!

Desde o início da pandemia, em março, a Prefeitura do Rio gastou quase R$ 250 milhões na compra itens de prevenção e combate à doença. Porém, um relatório feito por técnicos do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCM-RJ) diz que há indícios de superfaturamento na compra de 57 itens pela prefeitura durante a pandemia.

 

Crivella e Rafael Alves Foto de Reprodução

Os técnicos do órgão de controle analisaram contratos da Secretaria, cuja lista de mercadorias compradas, estavam bem acima do preço normal e comparados as notas anteriores, é nítido o superfaturamento principalmente nos remédios e equipamentos de proteção, como máscaras e toucas.

Prefeito omisso, que sempre buscou governar em benefício próprio, tendo como prioridade tudo que pudesse beneficiar as igrejas evangélicas, Crivella se tornou político mais indesejado e rejeitado nos últimos tempos.

A troca contínua do secretariado também chama atenção para a inexperiência, falta de competência e gestão de Crivella. Só na pandemia, o prefeito executou 12 trocas de cargos e a dança das cadeiras parece não parar.

Novamente Crivella entra na mira da justiça, após o Ministério Público Eleitoral (MPE) apresentar no último dia 27, o pedido de impugnação da candidatura à Prefeitura do Rio. O pedido que tem como base, abuso de poder político e conduta vedada a agente público, deixa Crivella na corda bamba.

Condenado por abuso de poder político, pela participação de funcionários da Companhia de Limpeza Urbana (Comlurb) em um encontro de apoio a seu filho, Marcelo Hodges Crivella, que concorria a deputado federal, mas não se elegeu. O prefeito também foi condenado ao pagamento de multa no valor de R$ 106 mil. A condenação à inelegibilidade pelos próximos oito, contados a partir de 2018.

Na tentativa de buscar fôlego e garantir a reeleição Crivella uniu-se ao presidente Jair Bolsonaro, que autorizou a veiculação de sua imagem junto à campanha. Amigos desde 1977 quando serviram junto o exército, em declaração pública, Crivella disse estar feliz e confiante.

Um momento de extrema importância para a cidade, esse tipo de comportamento não cabe mais. Crivella tem a maioria dos vereadores ao seu favor, nos processos de tramitam pela Câmara de Vereadores, muitos pontos contra e um histórico de completa omissão e descaso com a cidade.

Além de todos os problemas relatados, a cultura, os bairros em geral e desordem urbana, ainda somam a péssima gestão de um prefeito que mantido pela força da igreja, busca reeleição para terminar de sepultar das os sonhos e a vida de quem ainda resiste por aqui.

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