No YouTube, um anúncio mostra uma garota vestindo roupas hospitalares, visivelmente triste, revelando que está lutando contra o câncer. Ela diz que o tratamento é caro demais para sua família e pede doações por meio de uma campanha de crowdfunding. Diretamente para a câmera, ela apela: “Por favor, me ajude a me curar. Eu não quero morrer”.

No entanto, tenha cuidado, pois sua doação pode acabar nas mãos de golpistas. Fraudadores se fazem passar por representantes de grandes ONGs, enganando usuários e convencendo-os a fazer pagamentos para supostamente ajudar projetos de caridade.

Nos últimos anos, o crowdfunding de caridade tornou-se extremamente popular, permitindo que pessoas comuns contribuam para causas nobres e apoiem organizações sem fins lucrativos de maneira rápida e conveniente. Infelizmente, essa plataforma também se tornou alvo de criminosos astutos que se aproveitam da generosidade das pessoas para promover golpes e roubar doações destinadas a causas legítimas.

Esse golpe explora o sentimento de solidariedade que temos ao ajudar aqueles que estão em necessidade. Seus impactos não são apenas financeiros, mas também emocionais, pois enganam a boa-fé das pessoas e causam desconfiança em relação a futuras oportunidades de ajudar os necessitados.

O golpe de crowdfunding de caridade é uma tática usada por criminosos para enganar pessoas que desejam fazer doações para causas de caridade legítimas. Os golpistas criam campanhas fraudulentas em plataformas de crowdfunding, usando histórias trágicas ou comoventes para atrair a atenção e a compaixão das pessoas. Eles podem alegar estar arrecadando fundos para ajudar vítimas de desastres naturais, crianças doentes, animais abandonados ou qualquer outra causa popular capaz de sensibilizar as pessoas.

Uma vez lançada a campanha, os criminosos usam táticas manipuladoras para conquistar a confiança e a simpatia das pessoas. Eles podem criar perfis falsos em redes sociais, fornecer depoimentos inventados ou até mesmo usar imagens roubadas para dar credibilidade à sua história. Com uma aparência de autenticidade, eles solicitam doações, geralmente por meio de transferências bancárias, criptomoedas ou cartões de crédito. As vítimas, acreditando que estão contribuindo para uma causa legítima, fazem as doações, apenas para descobrir mais tarde que foram enganadas por criminosos.

Existem algumas medidas que podem ser adotadas para evitar golpes de crowdfunding de caridade. Embora seja impossível eliminar completamente esses golpes, é possível reduzir o risco de se tornar uma vítima:

1. Pesquise profundamente: antes de fazer qualquer doação, verifique cuidadosamente a campanha de crowdfunding, pesquise o histórico do organizador e entre em contato diretamente com a organização de caridade para confirmar a autenticidade da campanha.

2. Utilize plataformas confiáveis: sempre opte por plataformas de crowdfunding conhecidas e respeitáveis, que possuam políticas de segurança e verificações rigorosas.

3. Verifique a identidade do organizador: pesquise o nome do organizador da campanha e procure informações sobre sua identidade e reputação. Verifique se existem perfis de mídia social autênticos associados a essa pessoa ou organização.

4. Avalie a consistência da história: analise a campanha com um olhar crítico e procure inconsistências, erros gramaticais ou qualquer coisa que pareça suspeita.

5. Denuncie atividades suspeitas: se você suspeitar de uma campanha fraudulenta, denuncie imediatamente à plataforma de crowdfunding e às autoridades competentes.

O golpe de crowdfunding de caridade representa uma ameaça séria para aqueles que desejam contribuir com causas legítimas por meio de plataformas de financiamento coletivo. É crucial que todos fiquem atentos e tomem as precauções adequadas antes de fazer qualquer doação, a fim de evitar prejudicar aqueles que realmente precisam de assistência. Isso evita agravar problemas de saúde, fome, moradia, entre outros.

Afonso Morais, CEO e Fundador da Morais Advogados Associados e especialista em combate a fraudes e recuperação de crédito empresarial, pai de uma menina de 10 anos, está à frente do podcast “Falando de Fraudes com Afonso Morais”.