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De Sonhos e de Carnaval

Muitas são as vertentes, que discorrem sobre as origens do Carnaval. Retire-se a carne no jejum da quaresma.

Afirma -se terem sido os colonizadores portugueses, que o introduziram entre nós, a partir dos seus festejos do “Intrudo”, festa pagã, praticada entre os séculos XVI e VII em toda a Europa cristã, dias antes da quaresma, iniciada por ocasião das comemorações do Dia de Reis a Epifania, de comemoração ao nascimento e, batismo de Cristo.

Após, o que, sucedia-se o tríduo de Momo, personagem da mitologia grega, Deus do sarcasmo e delírio, caracterizado por um homem gordo e divertido.

Entretanto, o Carnaval brasileiro, somente se notabilizou, com o advento do samba, seu som e sua dança, advinda do “lundu”, dos negros escravizados, durante os poucos momentos de alegria que podiam desfrutar, nos porões e terreiros das senzalas, mediante batuques, em tambores improvisados, com couros de animais. Mais tarde, o ritmo se propagou nas comunidades afro brasileiras, em grupos formados por sambistas, os quais, eram rudemente perseguidos pela repressão policial, nas décadas de 30/40 de nossa era.

Contudo, o samba passou a ser reproduzido, com variantes, desde os salões de gafieira, como A Flor do Abacate, o Hi Life, grupos de Ranchos, como o Ameno Reseda’, às grandes Sociedades,  como os Tenentes do Diabo, os Fenianos, os Pierrots das Cavernas e, mesmo, as Escolas de Samba, aos moldes de hoje, aclamadas em seus suntuosos desfiles, como referência máxima da cultura popular do brasileira nos meses de fevereiro/março.

Da Europa, em suas festas mais memoráveis, eram as Saturnais, ao início da primavera, e as bacanais do antigo império romano, em homenagem a Baco, Deus do vinho e, do descompromisso, que entre nós, tiveram como réplica, o baile” Mamãe Eu Vou as Compras” e, os bailes “Do Cabide…”

Mas, também, tivemos blocos inovadores, como o Bloco dos Bichos ou a Bicharada, do pioneiro “carnavalista” Haroldo Lôbo. Neste gorilas, pererecas, elefantes, cangurus, girafas e os demais entes do reino animal, desfilavam pela Rua Jardim Botânico saindo do Clube Carioca da Gavea. Hoje seria glorificado e, destaque apoteótico, no panorama ecológico, deste atípico Carnaval de Abril.

Aglaete N.Martins- advogada; diretora artística; Fundadora da Sociedade Cultural Recreativista Carnavaesca A Nega Indoidou; autora da obra literária De Sonhos e De Carnaval.

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