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Deleite Linguístico: A celebração de 97 anos de um legado riquíssimo

Evanildo Bechara - Jornal DR1

Era um domingo o dia 26 de fevereiro de 1928, uma data que se destacaria no curso da história. Recife, o berço inicial, testemunhou os primeiros passos de um gênio cujo destino seria entrelaçado com a própria alma da língua portuguesa. Os deuses, ou o destino, tinham um plano meticuloso para ele. A perda prematura do pai conduziu-o ao Rio de Janeiro, onde o tio-avô assumiu a responsabilidade por sua educação, moldando o menino Evanildo com rigor e sabedoria.

A adolescência, um período de descobertas e de aprendizado, foi repleta de histórias que tive a honra de ouvir e que guardo com carinho no coração. Afinal, sua aluna tive o privilégio de ser no Liceu Literário Português, em uma pós-graduação magnífica! (Em sua homenagem, fundei o Fã-clube “As Becharetes”, juntamente com a amiga Cristiane Cardoso, que com ele trabalha. Foi minha singela homenagem a um professor inesquecível!). Quem o conhece nutre por ele uma profunda admiração! Em plena juventude, aos quinze anos, o caminho do jovem Evanildo cruzou com o do professor Manuel Said Ali, resultando em um encontro que marcaria o início de uma jornada intelectual extraordinária de Bechara. A aparente tenra idade não o impedia de absorver o vasto conhecimento do mestre Said Ali, tornando-se um discípulo exemplar deste. A prova eloquente dessa proficiência foi a escrita de seu primeiro ensaio aos dezesseis anos, um prenúncio de sua profícua produção.

A partir desse momento, a obra intelectual de Evanildo Bechara floresceu, abrangendo inúmeros textos que se tornariam referências na área da linguística. Seu talento e seu vasto conhecimento levaram-no a lecionar em prestigiadas instituições de ensino, como a Uerj, a UFF, a Universidade da Colônia, na Alemanha, e a Universidade de Coimbra, em Portugal, espaços distintos  nos quais compartilhou sua paixão pela língua portuguesa com gerações de estudantes.

Neste ano de 2025, celebramos, com júbilo, os 97 anos do imortal Evanildo Chauvet Bechara, um professor, filólogo e gramático brasileiro que dedicou sua vida ao estudo e à preservação da riqueza e da beleza da nossa língua. Sua obra e seu legado continuarão a inspirar e a iluminar o caminho de todos aqueles que amam e que valorizam a língua portuguesa. Vida longa ao Mestre Bechara! 

Creio ser a mão divina que o contempla com a longa vida e com inigualável sabedoria! 

Está nas escrituras, em Provérbios 3,16: “Longos dias há na sua mão direita; na sua esquerda, riquezas e honra”.

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