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Deleite Linguístico: Coração: lugar de guardar minha Moção

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Moção,  termo que pode soar como esdrúxulo, já que não é corriqueiro sabermos de alguém contemplado com essa homenagem. É, entretanto,  uma dádiva recebê-la. Seu significado, segundo o site do Congresso Nacional,  é o seguinte:  “No costume legislativo, é uma espécie de requerimento que visa expressar a manifestação da Casa Legislativa em razão de um fato que enseje repúdio, louvor, apoio, desconfiança, solidariedade, regozijo, entre outros.”. Para minha surpresa e gratidão,  fui indicada a ser presenteada com uma! Não é para ficar feliz? Que honra receber uma Moção Honrosa das mãos do Vereador Celso Costa,  que avaliou ser meu trabalho digno de elogios e de reconhecimento. Alguns perguntarão: “ Mas o que a levou a receber tal honraria? Ser professora, meus amigos! Ser uma educadora que está “no chão da escola” e que, há 22 anos, se esforça para colaborar com a formação de educandos cujas vidas dependem da educação pública, garantida pelo Artigo 205 da Constituição Federal!

Tal gesto de valorização do Vereador Celso Costa me induziu a questionar o seguinte: Será que a sociedade, de fato, tem valorizado minha profissão? Será que nosso salário paga nossas múltiplas e inusitadas atividades? Deixo algumas perguntas para que vocês me respondam: Alguém já levou aluno em casa por ter sido “esquecido” pela mãe (tendo a sensibilidade de dar a ele carinho para acalmá-lo)? Alguém já passou o final de semana envolto em correções, recusando convite para uma diversão? Já usou parte de seu salário para comprar materiais básicos sem os quais não é viável exercer sua  profissão? Já forneceu materiais aos estudantes que chegam à escola sem tê-los (detalhe: isso diariamente)? E o mais inusitado: quem, além de mim, ganhou um piolho de presente de aluna? É, meus caros, só quem está em uma unidade escolar sabe o quão é hercúleo nosso labor! A cada dia,  há um novo desafio pedagógico, um obstáculo inusitado a ser transposto, uma desagradável surpresa, vinda da falta de empatia de alguns servidores que se encontram distantes da sala de aula e, que, por vezes,  de tudo fazem para prejudicarmos! Que bom que a maldade desses não ofuscou meu brilho! Por sorte, há pessoas cuja posição e capacidade enxergam em nós a grandiosidade de nossa profissão! Benditos os que não nos massacram e que não creditam, em nossas costas, o fardo de sermos a solução para tudo! Principalmente pela quase que total falência de uma geração sem limites, sem referências (ou com algumas sobre as quais prefiro não tecer comentários). Ter, em mãos, uma Moção Honrosa é gozar do privilégio do reconhecimento pelo contínuo esforço que faço em prol da educação pública! Muito embora eu não jogue bola, tive um olheiro capaz de observar-me! Falo do meu querido amigo de faculdade Eurico de Araújo, que observou meu esforço em conciliar meus horários de professora uma graduação em Direito! A Eurico e ao Sr. Celso Costa,  minha profunda gratidão! 

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