Há dias em que o improvável acontece, e tudo se encaixa perfeitamente. Ontem experienciei o poder do Universo… Tudo começou com a posse do mais novo membro da Associação dos Diplomados da Academia Brasileira de Letras (ADABL), cuja fundação data de 1963.
Estou me referindo a Lucas Mariano Lessa Fernandes de Oliveira, neto de minha querida amiga Zélia Maria Fernandes. Esse rapaz, a princípio, chamou atenção pela coincidência de estampar o mesmo sobrenome. Ademais, Lessa me encantou pela palestra que ministrou de forma exitosa acerca de Nelson Rodrigues, considerado o mais influente dramaturgo do Brasil.
Com sua explanação, tive a certeza de que Lucas é certamente a centelha de esperança de que há, nas novas gerações, jovens talentos que ainda se dedicam à leitura de clássicos e de assuntos que, de fato, ratificam nossa condição de animais racionais. Mal sabia eu que, à tarde, Urano e seu extraordinário poder me levaria a beber da fonte do vasto e do magnífico conhecimento de meu orientador de Doutorado e membro da Academia Brasileira de Letras Prof. Dr. Ricardo Cavaliere, que a todos compartilhou algumas das idiossincrasias (o gênio da língua) de nossa língua materna, seja na fonética, no léxico ou na sintaxe com a palestra intitulada “Assim é o português: fatos notáveis da nossa língua”.
A fala do imortal Cavaliere prendeu a atenção dos presentes na Academia Carioca de Letras, tamanha a relevância do que a nós apresentava. Dos momentos mais marcantes, relato a explicação da mudança lexical dos nomes que compõem o calendário semanal usado por nós, instituído pelo Papa Silvestre I. Os nomes pagãos, banidos, eram estes: o dia do Sol (solis dies), que passou a ser “dominica” o Dia do Senhor. O dia de Saturno (saturni dies) teve a contribuição do hebraico shabbath, o dia do descanso, passando a ser chamado Sábado.
Quanto aos outros dias, tivemos a passagem do dia da Lua para segunda-feira; do dia de Marte para terça-feira; do dia de Mercúrio para quarta-feira; do dia de Júpiter para quinta-feira e do dia de Vênus para sexta, que atualmente passou à categoria de verbo “Sextou”).
Caros leitores, vocês sabiam disso? Na sequência de confluências, coube-me, no período noturno, aceitar o convite do amigo querido Prof. de História e Filosofia Jorge Alberto Souza a assistir ao Concerto da Banda Sinfônica do Corpo de Fuzileiros Navais (216 anos) com a participação especial da Fanfare et Bragad de la Brigade d’Infantarie de Marine (França).Foi esplêndido! E participar desse grandioso evento, em pleno dia Mundial do Teatro – uma manifestação artística, inspirada no teatro grego – não pode ser mero acaso. Diante de tudo isso, só tenho a dizer a Ésquilo, a Eurípedes, a Sófocles e a Nélson Rodrigues: “Adsumus! (Aqui estamos), sedentos de diversificados temas que afloram sentimentos e reflexões a nós, componentes das plateias de distintas épocas!
