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Deleite Linguístico: Jornal: um produto fenomenal

Não sei vocês, meus caros leitores, mas eu adoro ler jornal! Ah, esse veículo de comunicação cuja etimologia vem do francês journal, do latim diurnalis, -e, significando “diário”. É no jornal impresso ou digital em que temos acesso a uma série de notícias dos mais variados assuntos. Nele também podemos explorar recursos linguísticos de nossa língua materna, demonstrando que a língua é viva e que proporciona uma infinidade de estratégias para se dizer algo ou para convencer os leitores de determinado ponto de vista. Afinal, há gêneros cuja especificidade é justamente expor o ponto de vista de quem o assina. Estou falando de um editorial, que representa o posicionamento daquele periódico. Quanta riqueza em um texto desse há! Afinal, fomentar a reflexão é também papel de um bom jornal.

No quesito saudosismo, quero que me respondam isso: Quem, quando criança, pedia a um adulto a parte do jornal em que havia as HQs? E as cruzadinhas? E o Caderno da Tevê aos domingos? Quando adulto, antes de sair, quem lia o horóscopo do dia? Ou a crítica de determinado filme para assistir ou não a ele? Já os Classificados eram importantes meios de conseguir um emprego, de comprar ou vender algum produto, ou de encontrar um amor. (Havia comercialização do corpo também! Lembro-me de ler cada descrição…).

Não é trivial, porém, que, nas páginas de um jornal, haja notícias acerca de um gesto cordial entre vizinhos ou de uma atitude de carinho entre um casal. Em contrapartida,  somos informados de truculências, que por vezes, fazem vítimas fatais virarem manchetes. Recordo-me de uma crônica de Fernando Sabino, intitulada “Notícia de jornal”, em que se fala da morte de um homem de trinta anos na rua, “em pleno centro mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, estado da Guanabara.”. Embora fale de um Rio antigo, é algo atualíssimo.

Que bom ser o RJ também motivo de orgulho, já que o primeiro jornal da história da imprensa brasileira a ser redigido e publicado totalmente no Brasil, pela Impressão Régia, com máquinas trazidas da Inglaterra, foi a  Gazeta do Rio de Janeiro, lançada em 10 de setembro de 1808. A Gazeta circulava às quartas-feiras e aos sábados, sendo editada primeiramente por frei Tibúrcio José da Rocha e, depois, redigida por Manuel Ferreira de Araújo Guimarães, primeiro jornalista profissional do Brasil.

Como tudo tem um fim, com a Independência, a publicação da Gazeta do Rio de Janeiro acabou sendo suspensa, sendo a edição nº 157, de 31/12/1822, a derradeira. Muitos outros jornais tiveram o mesmo fim e deixaram-nos órfãos. Sua contribuição, contudo, jamais será apagada e tenho, enquanto colaboradora do Jornal DR1, a incumbência de produzir textos que possam estimular o prazer de ler que só um jornal pode trazer!A todos os leitores, meu agradecimento e meu desejo de que continuem a ler este e outros jornais.

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