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Déo Garcez arte com voz e propósito

Reprodução

Ator maranhense construiu uma carreira marcada pela versatilidade nos palcos e pela luta por representatividade negra e justiça social no Brasil

Deolindo Rodrigues Garcês, conhecido artisticamente como Déo Garcez, nasceu em 5 de julho de 1967, em São Luís do Maranhão. Desde criança demonstrou vocação artística, iniciando aos 11 anos no grupo TEMA – Teatro Experimental do Maranhão. A paixão pelas artes o levou a Brasília, onde formou-se em Bacharelado em Interpretação Teatral e Licenciatura em Artes Cênicas pela Faculdade Dulcina de Moraes.

Mais tarde, no Rio de Janeiro, estudou com mestres como Antunes Filho na Casa das Artes de Laranjeiras, refinando sua técnica. Com uma carreira que se estende por mais de cinco décadas, Déo Garcez é reconhecido por sua versatilidade no teatro, cinema e televisão. Atuou em mais de 50 peças teatrais, com destaque para “As Criadas”, “A Mandrágora”, “O Inspetor Geral”, “Hamlet” e “Morte e Vida Severina”.

Na televisão, fez história em novelas como “Xica da Silva”, “O Cravo e a Rosa”, “A Escrava Isaura”, “Prova de Amor”, “Carrossel”, “Chiquititas” e, mais recentemente, como Domingos em “Fuzuê”, da TV Globo. Nos bastidores, é lembrado como um profissional dedicado, estudioso e sempre comprometido com a ética no trabalho.

Desde 2015, Déo protagoniza o espetáculo “Luiz Gama – Uma Voz pela Liberdade”, no qual também assina o texto. A peça é uma poderosa ferramenta de memória e educação sobre o abolicionista e poeta negro Luiz Gama. O espetáculo percorreu escolas, universidades e centros culturais por todo o Brasil, despertando debates sobre racismo estrutural, cidadania e direitos humanos. Por esse trabalho, recebeu diversos prêmios, incluindo a Medalha Pedro Ernesto, maior comenda do Rio de Janeiro.

Além da atuação, Garcez é ativista da cultura negra e da luta antirracista. Em entrevistas, costuma destacar a importância da representatividade nas artes e os desafios enfrentados: “O racismo nunca me impediu de sonhar. Transformei a dor em combustível artístico”, declarou.

Em 2020, durante a pandemia, participou de diversas lives e projetos virtuais que buscavam manter o teatro vivo e engajado. Também atua como orientador artístico em oficinas de teatro para jovens negros e periféricos, acreditando na arte como ferramenta de transformação social.

Déo Garcez segue como uma referência de resistência, talento e compromisso com a cultura. Sua trajetória inspira novas gerações de artistas a se firmarem com orgulho, identidade e consciência histórica.

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