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Dia da Consciência Negra: Luís Gama, o ativista abolicionista que mudou o Brasil

O Brasil Império sofreu uma mudança gigante por causa da luta e da causa que um dos maiores negros que habitou nossa terra no Século XIX. Não tem como falar do Dia da Consciência Negra sem lembrar de Luís Gama. Estima-se que Gama tenha libertado mais de 500 pessoas em sua carreira, sem nunca cobrar honorários.

Nasceu na Bahia livre, era filho de uma africana livre e de um fidalgo de origem portuguesa, cujo pai o nome ele nunca revelou. Aos 10 anos, seu pai o vendeu como escravo e foi para São Paulo. No cativeiro, aprendeu a ler e escrever e reconquistou a sua liberdade após provar que havia nascido livre.

Quando adulto, Gama entendeu que ao ser vendido ele foi vítima do delito de “Reduzir á escravidão a pessoa livre, que se achar em posse da sua liberdade.”, previsto no Artigo 179 do Código Criminal do Império do Brasil, sancionado pouco após seu nascimento. Além disto, devido ao fato de que as revoltas ocorridas na Bahia tenham levado a proibição da venda dos escravos desta província para outras regiões do Brasil, a venda e transporte de Luís Gama para São Paulo se constituiu como contrabando.

Seus entendimento na questão foi tão grande que em 2015, mais de 130 anos após sua morte, foi reconhecido pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) como membro da instituição, tornando-se assim oficialmente advogado. Ele era advogado autodidata. Em 2018 recebeu o título de Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil e teve seu nome inscrito no livro dos heróis da pátria. Justa homenagem para o advogado da liberdade.

Ativista da causa republicana e abolicionista, colaborou com a sua pena em diversos jornais: Diabo Coxo, Cabrião, Correio Paulistano, A Província de São Paulo, Radical Paulistano, A Gazeta da Corte, onde atuou junto com outros abolicionistas negros como Ferreira de Menezes, André Rebouças e José do Patrocínio. O Radical Paulistano era o órgão de comunicação do Partido Liberal Radical, abolicionista e republicano.

Neste jornal, Luiz Gama denunciava violações das leis por parte dos representantes dos senhores. Denunciava sentenças e apontava os erros cometidos por juízes e advogados.

Gama faleceu em 1882, seis anos da assinatura da Lei Áurea, que acabou com a escravidão no país. Antes mesmo disso, ele foi o grande abolicionista e que lutou pela causa negra.

 

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