19 de agosto relembra a urgência por políticas públicas e respeito à dignidade humana
Um dia de luta e memória
Neste 19 de agosto, o Brasil marca o Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua, uma data que não se limita à lembrança, mas que escancara a realidade de milhares de pessoas que vivem diariamente em condições de extrema vulnerabilidade. O dia foi instituído em memória do massacre ocorrido em Belo Horizonte, em 2004, quando sete pessoas em situação de rua foram assassinadas, episódio que simboliza a violência estrutural e a invisibilidade enfrentada por esse grupo.A realidade no Rio de JaneiroNo Estado do Rio de Janeiro, os números refletem um quadro alarmante. Estimativas apontam que milhares de pessoas vivem sem acesso à moradia digna, sobrevivendo em calçadas, marquises e praças, muitas vezes expostas à fome, à violência e à falta de atendimento adequado em saúde e assistência social. A ausência de políticas públicas estruturadas — como programas habitacionais de inclusão, serviços especializados e apoio à reinserção social — agrava ainda mais esse cenário.
Mais que estatísticas, vidas
Por trás dos dados, há histórias de pessoas que perderam vínculos familiares, empregos e oportunidades, e que passaram a carregar o peso da exclusão social. A luta da população em situação de rua não é por esmolas, mas por direitos fundamentais: moradia, saúde, trabalho, educação e respeito. Trata-se de reivindicar aquilo que a Constituição brasileira já garante, mas que, na prática, ainda lhes é negado.Um chamado à sociedadeO Dia Nacional de Luta da População em Situação de Rua é também um convite à reflexão coletiva. Não se trata apenas de responsabilidade do poder público, mas de toda a sociedade, que muitas vezes prefere não enxergar essa realidade. A indiferença social aprofunda a exclusão, enquanto o reconhecimento da dignidade de cada vida pode abrir caminhos para mudanças concretas.Neste 19 de agosto, a mensagem é clara: a luta é por direitos, não por esmolas. É pela vida, pela dignidade e pela construção de uma sociedade onde ninguém seja condenado à invisibilidade.