O mês de outubro é marcado por uma cor que simboliza não apenas a prevenção do câncer de mama, mas também o cuidado, a força e a união entre mulheres. Dentro dessa proposta, a Comunidade da Light em Realengo/RJ, foi palco de um importante evento do Outubro Rosa, idealizado e conduzido por Maria Dias, líder comunitária e mulher engajada nas causas sociais. A ação reuniu mulheres para dialogar sobre saúde, autocuidado e a importância de conhecer os direitos relacionados à violência doméstica e de gênero.
Mais do que uma campanha de conscientização sobre o câncer de mama, o evento buscou ampliar o olhar para a saúde integral da mulher, abordando aspectos físicos, emocionais e sociais. Falou-se sobre a importância do diagnóstico precoce, da realização de exames preventivos, mas também da necessidade de fortalecer a autoestima e o empoderamento feminino. O encontro foi um espaço de partilha, escuta e acolhimento, elementos fundamentais para quebrar o ciclo do silêncio e da desinformação que ainda atinge tantas mulheres nas comunidades.
Entretanto, enquanto as mulheres se unem para promover o cuidado e a prevenção, o cenário social do Rio de Janeiro revela outro desafio urgente: o da violência que atinge, diariamente, moradores de diferentes regiões, que acabam vivendo entre o fogo cruzado de operações policiais e confrontos armados. Em meio a essa realidade, a comunidade se vê dividida entre o medo e a esperança, buscando caminhos de sobrevivência e dignidade.
É preciso compreender que a violência não se combate apenas com armas, mas com políticas públicas eficazes, que incluam educação, saúde, cultura e oportunidades de trabalho. A presença do Estado deve ir além da repressão: deve estar pautada na escuta, na construção de vínculos e na valorização das lideranças locais. Eventos como o realizado por Maria Dias demonstram que a transformação social começa no diálogo e que a educação é o meio mais eficaz de prevenção, seja contra doenças, seja contra a violência que desestrutura famílias e comunidades.
A informação salva vidas. E quando as mulheres se reúnem para falar de saúde, direitos e cidadania, elas não estão apenas cuidando de si, mas de toda uma coletividade. A força feminina tem se mostrado um farol em tempos sombrios, guiando comunidades inteiras para o caminho da consciência e da esperança.
O Outubro Rosa na Comunidade da Light não foi apenas um evento, foi um ato de resistência, de amor e de fé no poder da mulher como agente de transformação social. Que mais iniciativas como essa floresçam, ultrapassando o mês de outubro e se tornando parte de uma política contínua de cuidado e empoderamento.
Porque a verdadeira prevenção começa quando o conhecimento chega a todos os lugares,especialmente onde o Estado ainda é ausência, mas onde a solidariedade e a força das mulheres permanecem presentes todos os dias.





