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Direito da Mulher: O ciclo da violência e o chamado do agosto lilás: romper o silêncio é salvar vidas

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O ciclo da violência doméstica é uma engrenagem silenciosa e devastadora, que aprisiona milhares de mulheres no Brasil. Ele costuma se desenvolver em três fases distintas, repetidas como um loop perverso:

1. Fase da tensão – discussões, ofensas e ameaças se acumulam, deixando a vítima em constante estado de alerta.
2. Fase da agressão – a explosão de violência física, sexual ou psicológica.
3. Fase da “lua de mel” – o agressor demonstra arrependimento, promete mudanças e se mostra afetuoso.

É justamente essa alternância entre o medo e a esperança que mantém muitas vítimas presas ao relacionamento abusivo, na expectativa de que “desta vez será diferente”.

A lei que salva vidas

A experiência mostra que, sem intervenção, o ciclo tende a se intensificar, com agressões cada vez mais graves e risco real de feminicídio. A Lei Maria da Penha (Lei nº 11.340/2006) foi criada para enfrentar essa realidade, garantindo medidas protetivas de urgência, afastamento do agressor e apoio psicológico e social à vítima.

A legislação reconhece que a violência doméstica não é um problema privado, mas uma violação de direitos humanos, que exige ação do Estado e de toda a sociedade.

Agosto Lilás: um chamado à ação

O Agosto Lilás é o mês de conscientização sobre o enfrentamento à violência contra a mulher. Mais do que uma campanha, é um chamado à mobilização: vizinhos, familiares, colegas de trabalho e toda a comunidade têm um papel fundamental em identificar sinais, acolher e incentivar a denúncia.

Não é invasão de privacidade é responsabilidade social. Uma ligação pode salvar uma vida.

Como denunciar

Para denunciar, basta ligar para o 180. É gratuito, funciona 24 horas por dia, e a vítima não precisa se identificar. O serviço orienta, encaminha para a rede de proteção e registra o relato para providências cabíveis. A denúncia pode ser feita também por terceiros, preservando o anonimato.

Romper o silêncio é um ato de coragem

Apoiar uma mulher nessa decisão é um ato de humanidade. É preciso lembrar que nenhuma vítima está sozinha: há leis, instituições e pessoas dispostas a ajudar. 

Quando uma mulher sofre violência, não é apenas ela que sangra  é toda a sociedade que se fere. A omissão é um ato silencioso de cumplicidade. A Constituição Federal, em seu artigo 226, § 8º, impõe ao Estado o dever de coibir a violência no âmbito das relações familiares. Mas essa não é uma tarefa exclusiva do poder público: é um compromisso coletivo. Fechar os olhos é permitir que o ciclo se repita; estender a mão é abrir caminho para a libertação O ciclo da violência só se quebra com informação, proteção e solidariedade.

Neste Agosto Lilás, que a cor roxa nas campanhas, nas ruas e nas redes sociais seja mais que um símbolo que seja um grito coletivo de intolerância à violência e de compromisso com a vida.Denuncie. Ligue 180. Salve uma vida.
E lembre-se: briga de marido e mulher, temos que meter a colher.

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