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Djavan, o gênio da música que quase seguiu o caminho do futebol

Foto_ Leo Aversa_Divulgação

O artista, que se tornou mundialmente conhecido através da música, desfilou seu talento nos campos de várzea no início da adolescência

Nascido em Maceió, no dia 27 de janeiro de 1949, Djavan Caetano Viana, conhecido mundialmente somente pelo primeiro nome, é uma personalidade bastante aclamada da música brasileira. Admirado por sua criatividade e por sua versatilidade musical, Djavan além de cantor, é compositor, arranjador, produtor musical e violonista. Prestes a completar 60 anos de carreira, no início de sua adolescência se viu dividido entre a paixão pela música e o futebol, outra atividade que executava com muito êxito.

Filho da lavadeira Virgínia, Djavan foi abandonado aos três anos de idade por seu pai, que atuava como caixeiro-viajante. Costumava acompanhar sua mãe à beira do rio, onde ela lavava roupas junto com outras moças que desempenhavam a mesma função. Já nessa época, apenas com cinco anos de idade, o pequeno já percebia a beleza com que sua mãe cantava junto com as colegas. Foi através dela que Djavan cresceu ouvindo artistas como Orlando Silva, Ângela Maria e Dalva de Oliveira, na Rádio Nacional, assim como Jackson do Pandeiro e Luiz Gonzaga, presentes em sistemas de alto-falantes pelas ruas, feiras e praças de Maceió. 

O sonho de sua mãe era ver o filho virar “cantor de rádio”. Foi ela a primeira a perceber seu talento musical. Porém, o futebol também foi um sonho para o então adolescente de Maceió. Aos 11 anos, Djavan fazia bonito nos campos de várzea da região. Chegou, inclusive, a se destacar como meio campo do CSA, principal time da cidade, na categoria juvenil. Porém, ao frequentar a casa de um amigo de escola, cujo pai possuía um poderoso equipamento de som quadrifônico, deparou-se com a música eterna de Bach a Beethoven, com a inventividade do jazz e com toda tradição musical brasileira. Foi lá que conseguiu ter a certeza de que queria ser músico. 

Aos 23 anos, em 1972, Djavan desembarcou no Rio de Janeiro com o sonho de viver da música. Logo se destacou como compositor e cantor, revelando um estilo único que mistura MPB, jazz, funk, samba e música nordestina. Seu talento despontou em 1975, com “Flor de Lis”, no Festival Abertura da TV Globo, abrindo portas para uma carreira sólida e inovadora.

Com uma discografia consistente, Djavan lançou clássicos como Luz (1982), Lilás (1984) e Oceano (1989), consolidando-se como um dos maiores nomes da música brasileira. Sua habilidade de unir ritmos e poesia sofisticada fez dele um artista mundialmente respeitado, com canções regravadas por nomes como Stevie Wonder e Carmen McRae.

Acumulou, ao longo da carreira, importantes prêmios, como por exemplo o Prêmio da Música Brasileira, que venceu quatro vezes, e o Grammy Latino, vencido por Djavan em 2010 com o álbum Ária e em 2022 com D. Além disso, viu sua vida e obra serem contadas e cantadas em “DjavanO Musical: Vidas para contar”, lançado no último dia 5.

Aos 76 anos, segue em plena atividade, influenciando novas gerações com sua genialidade e provando que sua música, assim como ele, não envelhece.

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