Ídolo em três países, Manga marcou época com títulos, defesas memoráveis e a ousadia de jogar sem luvas
Haílton Corrêa de Arruda, mais conhecido como Manga, faleceu no dia 8 de abril de 2025, aos 87 anos, no Rio de Janeiro, em decorrência de complicações de um câncer de próstata. Considerado um dos maiores goleiros da história do futebol brasileiro, Manga deixou um legado inesquecível, marcado por defesas espetaculares, títulos expressivos e uma carreira que atravessou fronteiras.
Nascido em 26 de abril de 1937, em Recife (PE), Manga iniciou sua carreira profissional no Sport Club do Recife. No entanto, foi no Botafogo que se consolidou como ídolo. Defendeu o clube carioca entre 1959 e 1968, realizando 442 partidas e conquistando 20 títulos — incluindo quatro Campeonatos Cariocas e três Torneios Rio-São Paulo. Até hoje, é o jogador com mais títulos na história do clube, e é lembrado com carinho e admiração pela torcida alvinegra.
Após sua vitoriosa passagem pelo Botafogo, Manga seguiu fazendo história. No Internacional de Porto Alegre, foi peça-chave na equipe bicampeã brasileira em 1975 e 1976, sendo fundamental com sua segurança no gol. Mais tarde, brilhou internacionalmente no Nacional do Uruguai, onde conquistou a tríplice coroa de 1971: a Copa Libertadores, a Copa Interamericana e a Copa Intercontinental. No clube uruguaio, ainda venceu quatro vezes o Campeonato Uruguaio, sendo ídolo também fora do Brasil.
Manga também vestiu a camisa da Seleção Brasileira, sendo o goleiro titular na Copa do Mundo de 1966, disputada na Inglaterra. Apesar da eliminação precoce do Brasil naquele torneio, sua atuação foi reconhecida. Uma das marcas registradas de Manga era jogar sem luvas — algo raro para um goleiro — o que revelava sua confiança e habilidades técnicas diferenciadas.
Mesmo no fim da carreira, continuou colecionando conquistas. Em 1978, já aos 41 anos, defendeu o Coritiba e foi campeão paranaense. Na final, foi decisivo ao defender um pênalti contra o Corinthians. Após encerrar sua carreira como jogador, dedicou-se ao trabalho de preparador de goleiros, atuando em clubes da América do Sul como LDU de Quito e Barcelona de Guayaquil.
A morte de Manga gerou uma onda de homenagens de ex-clubes, torcedores e personalidades do futebol. Botafogo, Internacional, Nacional e Coritiba prestaram tributos nas redes sociais, ressaltando sua importância histórica e seu exemplo como atleta. Sua trajetória é símbolo de paixão, coragem e talento, e ele será eternamente lembrado como um dos maiores goleiros que o futebol já viu.