Paralisação nacional é resultado da “falta de avanço nas tentativas de negociação com o governo”
A partir de 15 de abril, espera-se que uma greve geral envolvendo professores e técnicos paralise o sistema federal de ensino. Funcionários de diversas categorias dessas instituições estão unindo forças em suas mobilizações, com a intenção de interromper simultaneamente as atividades em todas elas. A decisão foi aprovada pelo Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) na última semana.
De acordo com o sindicato, o ato é consequência da “falta de avanço nas tentativas de negociação com o governo” em relação às demandas centrais da categoria. Entre as reivindicações estão a recomposição salarial, a reestruturação da carreira, e a revogação de medidas consideradas prejudiciais aos docentes e à educação pública, como o Novo Ensino Médio, a BNC Formação, entre outras.
Ao longo da semana, foram realizadas assembleias locais para discutir o tema que, em sua maioria, apoiaram a decisão congressual. Entre os dias 26 de março e 9 de abril, novos encontros serão marcados para discutir as pautas e organizar o movimento para dar início a greve anunciada para o dia 15 de abril.
No dia 3 do próximo mês, a Andes também aprovou uma paralisação. No Rio de Janeiro, deve acontecer um ato de protesto na região central da cidade juntamente com outras categorias. Já no dia 10, haverá uma nova reunião nacional, com um prazo de 72 horas para informar o governo e as reitorias sobre a deflagração da greve a partir do dia 15.
“Ninguém faz greve porque gosta ou por princípio, fazemos greve por necessidade e nas atuais circunstâncias, diante do que é o silêncio do governo federal, ao não nos colocar qualquer espécie de índice de recomposição da nossa remuneração para esse ano e uma fratura violenta com os princípios que erigem a luta histórica desse sindicato, sobretudo no que se refere a necessidade de termos a paridade do que são as conquistas dos trabalhadores e das trabalhadoras ativos e os aposentados e aposentadas”, afirmou o presidente do Andes, Gustavo Seferian.
Os professores argumentam que, além da falta de reestruturação da carreira, o governo ainda não avançou nas propostas de reposição salarial, mantendo o reajuste zero para 2024. Enquanto a categoria solicita um aumento de 7,06% para 2024, seguido por outro de 7,06% em 2025 e um último ajuste de 7,06% em 2026, o governo, por sua vez, não planeja ajustes para 2024, propondo apenas um aumento de 4,5% para 2025 e um adicional de 4,5% para 2026.