Foi um ano de conquistas para a equipe responsável pelo documentário “Ivan, o TerríRirvel” (de Mário Abbade), sobre vida e obra de Ivan Cardoso.. É o filme brasileiro com mais premiações internacionais este ano e acabou de ganhar o Prêmio Especial do Júri do Festival de Brasília (mostra competitiva de longa-metragem). Em outubro, a obra levou o prêmio de melhor documentário no Festival de Sitges (Barcelona, Espanha), principal premiação de cinema Fantástico do mundo.
O filme foi selecionado em 11 festivais internacionais e ganhou também os prêmios Award of Recognition, por documentário em longa-metragem e direção, no Impact Docs 2020 (La Jolla, Califórnia, EUA), e Lonely Wolf London International Film Festival (Londres, Inglaterra) como a Melhor Edição, Uso de Material de Arquivo e Montagem.
Ivan Cardoso – ativo e a mil por hora com novos projetos – assina obras em que se evidencia a sua genialidade, como “As Sete Vampiras” (fenômeno de bilheteiras dirigido por ele em 1986). O crítico de cinema Mario Abbade resgatou esse brilhantismo que atravessou a década de 1980, conquistando fãs até chegar aos anos 1990, com “O Escorpião Escarlate”, e aos anos 2000, com “Um Lobisomem na Amazónia” (2005). “Eu tenho muito medo de morrer, por isso, faço comédias de terror: é para enganar a morte. Faço um tipo de cinema que dava 5 mil espectadores por dia num tempo em que as grandes salas de exibição do meu país não haviam se tornado tempos religioso”, disse Ivan em uma entrevista ao Jornal do Brasil, em 2018.
Em “Ivan , o TerríRirvel”, Abbade , autor do obrigatório livro “A Primeira e Única New York City – A Discoteca Que Iniciou A Era Disco No Brasil” (em parceria com Celso Rodrigues Ferreira Júnior), promove um resgate da obra de Ivan. Ele mescla material de arquivo, cenas documentais, animações e reconstruções ficcionais, de modo a refletir sobre sua importância no mundo do cinema.
O documentário enfoca também a parceria de Ivan com o artista plástico Hélio Oiticica, com o poeta Torquato Neto e os cineastas Glauber Rocha e José Mojica Marins (Zé do Caixão). Um belo perfil e uma necessária homenagem a essa personalidade única na história do cinema brasileiro.