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Dulcinéia Novaes, trajetória, conquistas e voz do jornalismo paranaense

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Há mais de 20 anos, Dulcinéia também atua no meio acadêmico, lecionando em cursos de Jornalismo, Comunicação Social e pós-graduação

Nascida em 9 de agosto de 1955, em Martinópolis (SP), Dulcinéia Novaes atravessou com coragem o caminho da superação e da representatividade até se tornar uma referência jornalística no Paraná e no Brasil. Criada em meio a desafios — filha de mãe empregada doméstica e de pai que faleceu quando ela ainda era criança —, sua história pessoal revela a força de quem acredita na educação e no trabalho como motores de transformação social. Hoje, com 70 anos, ela soma mais de quatro décadas dedicadas ao jornalismo, sempre com ética, sensibilidade e compromisso com a diversidade. Formação e os primeiros passos

Dulcinéia se formou em Jornalismo pela Universidade Estadual de Londrina (UEL) em 1979, após já ter começado sua carreira profissional no jornal impresso Folha de Londrina, em 1978.
Posteriormente, ampliou sua formação com uma especialização em Marketing pela FAE Business School e concluiu mestrado em Comunicação e Linguagens pela Universidade Tuiuti do Paraná (UTP), com dissertação sobre os desafios do webjornalismo. 

Carreira marcada por pioneirismo e longevidade

Em 1981, Dulcinéia ingressou na então TV Coroados — atual RPC TV, afiliada da Rede Globo no Paraná — tornando-se uma das primeiras mulheres negras a atuar como repórter na televisão local.
Em 1987, mudou-se para Curitiba, onde consolidou sua trajetória e permanece até hoje, com mais de 44 anos de dedicação à RPC. 

Na emissora, assumiu diversos papéis: repórter, apresentadora do programa semanal Meu Paraná, colaboradora de programas nacionais como Globo Repórter, além de produzir matérias para o Jornal Nacional com foco no Paraná e regiões vizinhas.

Contribuição acadêmica e pesquisa

Há mais de 20 anos, Dulcinéia também atua no meio acadêmico, lecionando em cursos de Jornalismo, Comunicação Social e pós-graduação. Sua pesquisa se concentra em videodifusão, cibercultura e webjornalismo — temas que dialogam diretamente com as transformações da mídia e da sociedade contemporânea.

Reconhecimento, premiações e papel como símbolo de representatividade

Ao longo da carreira, Dulcinéia foi homenageada inúmeras vezes. Entre os prêmios e reconhecimentos mais relevantes estão:

  • Prêmio Fundação O Boticário de Jornalismo, em 2010
  • Troféu Raça Negra Jornalismo, em 2011, na categoria Jornalismo Feminino
  • Prêmio Mulher Destaque, em 2014 
  • Em 2025, foi agraciada com menção honrosa pela Assembleia Legislativa do Paraná (ALEP) por sua trajetória inspiradora no jornalismo.
  • Também em 2024, foi escolhida entre as jornalistas negras mais admiradas do país, reconhecimento feito por seus pares.

Para muitos, sua trajetória vai além da excelência profissional, representa também um símbolo de superação, representatividade e persistência. A deputada que propôs sua homenagem resumiu bem: “Dulcinéia é símbolo de coragem, representatividade e superação… inspirando gerações de mulheres negras a ocuparem espaços que antes pareciam inalcançáveis.”

Voz das pautas sociais e sensibilidade na cobertura

Dulcinéia é reconhecida por sua profunda sensibilidade na cobertura de pautas sociais, ambientais, culturais e de direitos humanos. Suas reportagens muitas vezes dão voz a pessoas e realidades marginalizadas — mostrando o jornalismo não apenas como transmissão de informação, mas como instrumento de transformação, empatia e justiça social. Em 2025, ao completar 70 anos, a RPC homenageou sua carreira com retrospectivas e reportagens especiais, celebrando não apenas a longevidade, mas a relevância de sua voz para a comunicação paranaense e brasileira. 

Legado e inspiração

A história de Dulcinéia Novaes é exemplo claro de como talento, estudo, empenho e coerência podem abrir caminhos — inclusive quando as chances parecem remotas. Sua voz na televisão representa não só notícias, mas representatividade, força e esperança. Para jovens jornalistas, especialmente mulheres negras e de origem popular, ela mostra que é possível ocupar espaços com mérito, dignidade e compromisso.

Como ela mesma já afirmou em momentos de homenagem: a atuação não é apenas transmitir fatos — é dar visibilidade a quem muitas vezes foi invisibilizado, humanizar realidades, escutar histórias e contar o Brasil com justiça. 

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