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Edmar Santos entrega esquema de corrupção do governo Witzel

Foto: Reprodução

Por Alessandro Monteiro

Até o momento, a cidade do Rio já computou mais de 11.000 óbitos causados pelo coronavírus e um pouco mais de 135.000 infectados. A Capital Fluminense busca sobreviver os percalços da corrupção, a impunidade e os crescentes índices de violência.

Escândalos bilionários de corrupção acontecem desde os governos de Anthony Garotinho e Sérgio Cabral. Formação de quadrilha, caixa2, pagamento de propina e as licitações na saúde, colocam a cidade no ranking da balburdia, que certamente levará anos para recuperar tamanho prejuízo financeiro e moral.

Eleito com 58% dos votos, Wilson Witzel abandona a carreira da magistratura e assume o governo do Estado, vencendo as eleições de 2018. Aos olhos da população, o ex-magistrado teria uma brilhante atuação, mas a história se repete.

Além dos habituais problemas do governo e suas secretarias, a educação e saúde sempre constaram na lista das mais prejudicadas da pasta. Com a pandemia do novo coranavírus, Witzel entra para a história, sendo mais um do Rio sendo mais um que busca benefícios próprios com a máquina pública.

Atualmente investigado por fraudes e gastos fraudulentos que passam de 1 bilhão de reais, o capítulo da história que começa no forte esquema de licitações   para administração e construção dos sete hospitais de campanha para atender a população que necessitasse de atendimento durante a pandemia do novo coronavírus, se perde, meio à corrupção.

Nomeado pelo atual governo, o ex-secretário Edmar Santos coloca a tampa que faltava na panela de comprovação do farto esquema de corrupção instalado na saúde durante o governo de Witzel.

Até o momento, os cálculos passam de 1 bilhão de reais, nenhuma obra concluída e mais R$ 8,5 milhões apreendidos na casa do ex-secretário, durante uma operação do Ministério Público.

Em quatro meses de quarentena e a luta diária para salvar vidas da classe médica, passa em branco para Witzel, que mantém a suspensão de salários de aproximadamente 3 mil médicos, enfermeiros e fisioterapeutas, justificando falta de verba pública, sem contar na falta de insumos básicos e o descaso com a vida humana.

 

Foto: Reprodução

O impacto da péssima gestão está sendo tão grande, que muitos profissionais estão pedindo demissão de cargos na área da saúde, por não conseguir dignidade e condições mínimas para manter o bom funcionamento das unidades de tratamento intensivo.

Considerando uma anormalidade o estrago causado pela pandemia, o governo está longe de ser reconhecido pela competência e transparência. Cada vez mais distante do formato ideal e desejado pela população, que sofre com a dor física e moral, quando não há mais nada a fazer.

Na luta pela sobrevivência de seu governo, Witzel foi à justiça nesta última segunda-feira (13), movendo um processo contra a Assembleia Legislativa do Rio, alegando que a Casa cometeu ato “ilegal e violador de garantias fundamentais”, no processo de impeachment contra ele.

Ex-juiz federal e conhecedor das leis, que prometeu agir da mesma que forma que exerceu a magistratura: duro na aplicação da lei e rigoroso com a defesa, parece naufragar. Os sete hospitais que ficariam como legado para dar melhores condições de saúde a população, não passam de elefantes brancos.

Em sua maioria, abandonados sem gestão e profissionais para atendimento, podem ser comparados aos muitos estádios construídos e reformados para a Copa do Mundo em 2014.

A proposta de salvar vidas, continua matando não somente a população, mas toda estrutura do estado, que financeiramente está sucateada, não conseguindo se reerguer. Os reais que deveriam ser utilizados para amenizar os impactos na saúde e dar um suporte ao pequeno e médio empresário, estão por aí, às margens de uma boa ação ou nova ação corrupta.

Tanto dinheiro e nenhuma ação positiva que causasse admiração e fizesse a população reconhecer a eficácia de um bom governo. Numa conta rápida, o volume sucateado daria par construir 10 medianos hospitais públicos e garantir excelência na prestação de serviços à população.

 

Foto: Reposição

Segundo à defesa do governador, as denúncias estão “no escuro, sem objetividade de provas. Será mesmo? O que vale agora, é acompanhar o andamento desse espetáculo que varreu os sonhos e anarquizou com a saúde pública do estado.

Além da falta de fiscalização e medidas restritivas que acabam não valendo para todos, a cidade ainda não conseguiu garantir uma tranquilidade nos índices de contaminação. Apesar das estatísticas positivas, é preciso estar atento e cobrar atitudes enérgicas do governo que ainda patina no caos.

No discurso batido que “vidas importam”, observamos apenas da impunidade, a desigualdade e a vulnerabilidade da população, diante dos impactos desta crise. Ainda de quarentena, boa parte da população curte uma prainha, o chopp e aquele petisco no boteco da esquina. É importante uma consciência política e manter atento, o olhar para as novas eleições, que ainda esse ano, parecem ter figurinhas antigas e marcadas por tantos prejuízos à cidade.

A partir desta semana, o Ministério Público deve se pronunciar em relação ao processo de impeachment de Witzel, a delação premiada de Edmar Santos e novas medidas de restrição à quarentena deve ser flexibilizada. No entanto, o foco agora é acompanhar o retorno do dinheiro aos cofres públicos e a punição dos envolvidos.

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