A eleição para o Conselheiro Tutelar do Rio, realizada dia 6 de outubro, foi cercada de incidentes e denúncias. Muitas pessoas não conseguiram votar, pois foram para locais previamente determinados e não encontraram seu nome na lista. Em 14 de outubro, sete eleitos, assim como dois suplentes, tiveram suas candidaturas impugnadas pelo Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA-Rio).
Cerca de 300 denúncias chegaram ao CMDCA, entre elas, troca de voto por churrasco, open bar — consumo de bebidas livre e gratuito — e até pela quantia de R$ 30. A maior parte das denúncias se refere à realização de boca de urna e de propaganda extemporânea pelos candidatos. Em todo estado, o Ministério Público do Rio (MPRJ) recebeu 129 denúncias de irregularidades, mais de 50 somente na capital.
No município do Rio, são 190 vagas de conselheiros, sendo 95 titulares e 95 suplentes, para o mandato 2020 a 2023. Conselhos tutelares são uma espécie de guardiões do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Os conselheiros atendem menores em situação de violação de direitos. É de sua responsabilidade requisitar serviços obrigatórios, como vagas em colégios e em hospitais, além de propor políticas públicas.
A conselheira tutelar que teve o maior número de votos foi a pedagoga e advogada Patrícia Felix. Ela recebeu os votos de 4.639 eleitores, vencendo com folga a regional (CT) da Zona Sul da cidade. Torçamos para que tantas denúncias e possíveis irregularidades não embacem o trabalho de quem precisa se dedicar a uma causa tão importante. Gente séria que quer arregaçar as mangas, precisa sempre pular obstáculos para fazer um trabalho respeitável. Haja paciência!
Foto: Prefeitura do Rio/Divulgação