Por Alessandro Monteiro
Por que o desejo de vir candidato a vereador?
O desejo surgiu após muitos pedidos dos moradores das comunidades que atuo por mais de 20 anos, com meu projeto social. A partir desse momento, mergulhei na problemática diária, os sonhos, o futuro das crianças, a saúde dos idosos, em seguida, olhei o cenário político e tive a certeza, que de fato, eu posso fazer a diferença na vida daquelas pessoas e no município.
Dentre suas propostas, qual delas você acha a mais importante?
Tenho duas importantes. O combate as drogas nas escolas, fato desconhecido por boa parte da população que não tem a vivência. Atualmente muitas escolas foram invadidas pelas drogas, por jovens, pré-adolescentes que se inscreveram no sistema público escolar não para estudar, mas para comercializar.
Minha luta tem mais de 20 anos. Faço palestras não somente no Rio, mas pelo Brasil e no exterior, explicando como funciona o sistema do tráfico, dando relatos e mostrando que é possível transformar esse cenário.
No Rio, já conseguimos tirar muitos jovens das drogas e da criminalidade. Um outro projeto seria instalar escolas e cursos profissionalizantes, com foco na ressocialização desses jovens. Inserindo a força do trabalho, a renda honesta e mostrar que é possível ter o próprio negócio, sustentar a família de forma íntegra e permanecer como um cidadão de bem.
É importante atacar nas crianças e jovens, preparar o futuro. Caso contrário, nunca sairemos desse círculo vicioso de pessoas adultas inoperantes, desempregadas, incapacitada, tendo a droga, o mundo da criminalidade, o tráfico, como a única opção e realidade de vida.
Se eleito for, qual será a primeira ação?
Imediatamente chamar algumas empresas do setor privado para canalizar de forma séria, a inserção de projetos de capacitação de jovens e adultos. Embora saiba que é possível realizar através do Poder Público, mas é demorado, burocrático, mas não impossível. E vamos fazer!
O problema do Rio é droga. Existem casas de recuperação lotadas e quero fazer parceria com eles, que estão cheios de bons talentos e vontade de mudar, mas sem oportunidade. As ruas lotadas, sendo a maioria negros, moradores de periferia, ociosos e que precisam ser trabalhados urgentemente. Então, esse será um dos pontos iniciais da minha vereança.
O que a população pode esperar da sua vereança?
Uma vereança transparente, clara, objetiva, com projetos. Não quero ser mais um falastrão, não é meu estilo. Meu objetivo é focar em resultados que possam agregar ao município, a vida das pessoas e mostrar a sociedade, que é possível realizar uma política séria, com foco, sem corrupção e de resultados.
Como pastor, sabemos que a bancada evangélica tem muita força atualmente dentro do Estado. No entanto, é importante criar políticas que possam abranger todas as religiões, não é? Qual o seu olhar? Existirá diálogo, relacionamento e projetos com outras religiões?
Eu sou um pastor que não compactuo com intimidação de credo, cor e raça. Eu tenho uma visão política de igualdade, de sociedade. A bancada evangélica é grande, forte, mas precisa aprender muito. Sou favorável a união de todos. Hoje, vejo a sociedade evangélica bem distante do conceito de sociedade, uma visão singular de um corpo somente. É necessário somar, aproximar e focar no bem comum, independente da religião, opção, escolhas.
Amo pessoas, acredito nelas e acho que o ser humano merece tudo de melhor, porém, somos esmagados por esse sistema criado e liderado por uma minoria que manipula, exclui e destrói. Não é essa, a minha visão de política, sociedade e vida.
O meu desejo é de agregar, juntar, misturar, somar e promover resultados sérios, com base em projetos transparente não só em números, mas na vida das pessoas, que a coisa mais importante que temos.
Qual o principal problema do município hoje?
A infraestrutura, o BRT foi uma ideia muito boa, porém dividiu bairros. Eu sou da Zona Norte, mais precisamente do bairro da Penha, criado no conjunto do Quitungo, uma comunidade que fica entre Vila da Penha, Brás de Pina e Cordovil.
A população sofre com a falta de ônibus, a dificuldade é grande. Os BRTs estão lotados, transbordando de gente. É preciso reavaliar a problemática do transporte urbano. Meses atrás, moradores de vários bairros denunciaram a falta de transporte. Alguns esperam por mais de duas horas no ponto, durante a noite e a escassez aumenta, na madrugada. Como o trabalhador volta para casa?
Até agora, ninguém se debruçou para essa situação. As ruas e estradas esburacadas. Nas comunidades, nem se fala! A quantidade de lixo é enorme, as construções irregulares, outras beirando precipício, crianças, jovens e idosos ali. Temos que dar uma atenção as questões de infraestrutura. Virar os olhos, só acelera o caos.
A sensação é que a cidade parou no tempo. Não aceito a justificativa da pandemia. Isso vem acontecendo por anos e anos. É preciso uma renovação urgente, ou seremos ainda mais espagados e o município afundado em tantas problemáticas que são causadas, pelo simples desinteresse de quem ocupa dos cargos públicos, e se julgam representantes do povo.
O que o você gostaria de acrescentar que não foi perguntado aqui?
A falta de comunicação tanto dos vereadores, do prefeito com a população. Ninguém se fala. Cada um, vive debruçado em seus interesses, canetando o que lhe convém, sem ouvir a população. A dificuldade de falta de mobilização continua, não existem mais protestos, reações. Uma situação jamais vista numa cidade como o Rio. A população parece que desistiu de lutar pela oposição do que está aí, todos anestesiados. ´
Parece que a cidade não tem prefeito, vereador, também quero acrescer a situação da falta de emprego. Cidades menores que nós, já conseguiram se reestruturar, e o Rio não consegue andar, continua nessa panaceia, estático. Uma cidade linda, maravilhosa e funcional para o turista. Para nós, que vivemos aqui, os desafios e os problemas são imensos, mas sou complemente apaixonado por ela.