Com vitória quase que certa, Putin pode ficar no poder até 2030
O cenário político russo está em foco neste fim de semana, com os eleitores de todo o país participando de uma eleição destinada a formalizar mais seis anos de poder para o presidente Vladimir Putin. O líder russo, que não enfrenta adversários sérios após eliminar a dissidência política durante seu longo governo, está prestes a consolidar sua posição.
No segundo dia de votação, realizado neste sábado (16), os russos foram às urnas para expressar sua escolha. No entanto, a eleição tem sido amplamente criticada por sua falta de oposição significativa e pela supressão das vozes críticas ao governo. Putin enfrenta apenas três rivais simbólicos, todos de partidos aliados ao Kremlin, que evitaram qualquer crítica ao presidente ou à invasão russa na Ucrânia.
O país, com cerca de 114 milhões de eleitores, incluindo ucranianos convocados a votar nos territórios ocupados por tropas russas, terá o terceiro e último dia de votação no domingo (17). No entanto, a eleição ocorre em meio a um contexto de repressão implacável que sufocou a mídia independente e os grupos de direitos humanos proeminentes. O principal crítico de Putin, Alexei Navalny, morreu em fevereiro na prisão, enquanto outros opositores estão detidos ou exilados.
Apesar da atmosfera de controle, alguns casos de vandalismo foram relatados nos locais de votação, incluindo incidentes de bombardeio incendiário e derramamento de líquido verde nas urnas. Estes atos foram interpretados como uma homenagem a Navalny, que anteriormente foi alvo de um ataque similar.
No sábado, ataques de drones e mísseis ucranianos atingiram áreas internas da Rússia, provocando incidentes em cidades fronteiriças e refinarias de petróleo. Enquanto isso, as autoridades russas alertaram sobre tentativas de perturbar o processo eleitoral por parte da Ucrânia.
Apesar dos desafios e críticas, Putin parece caminhar para mais um mandato com poucas restrições, alimentando especulações sobre quais medidas ele pode tomar a seguir. Uma possível segunda mobilização militar para a Ucrânia é vista como uma das opções, embora seja uma medida impopular que poderia apaziguar os parentes dos soldados convocados anteriormente.
Enquanto isso, líderes ocidentais ridicularizaram a eleição como uma farsa da democracia, destacando a falta de oposição real e a ausência de monitoramento independente.