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Entre Risos e Lutas: Benjamim de Oliveira, o primeiro palhaço negro no país

Foto: Acervo pessoal Mina Silva

Mais de 60 anos dedicados e contribuindo para a rica tradição da arte circense brasileira

 

Benjamim Chaves popularmente conhecido como Benjamim de Oliveira o primeiro palhaço negro do Brasil. O artista, em 1892, ingressou no circo e logo se destacou pela sua habilidade cômica e inovações no picadeiro.

Além de suas performances como palhaço, também era conhecido por ser compositor, ator, cantor, dançarino, acrobata, autor de peças teatrais e um verdadeiro artista.

Nascido em Pará de Minas em 11 de junho de 1870, o artista teve uma infância muito difícil, era filho de Malaquias Chaves, que trabalhava buscando escravos fugitivos e Leandra de Jesus que foi escravizada. Aos 12 anos, Benjamim fugiu com um circo itinerante que visitava o interior mineiro, onde morava.

A partir de então, o jovem aprendeu a fazer acrobacias e a arte do trapézio. Foi neste local que o acrobata entendeu que o trabalho do circo vai muito além do espetáculo. Mesmo muito jovem, ele enfrentava uma rotina pesada entre treinamentos e tarefas domésticas. 

Foi no circo de Sotero que Benjamim conheceu seu mestre Severino de Oliveira, cujo tempos depois foi a inspiração para seu nome. O compositor já escreveu diversas peças de sucesso, entre elas, “O Diabo e o Chico, Vingança Operária, Matutos na Cidade e A Noiva do Sargento”, além disso, já atuou também como cantor.

 Três anos após, ele decidiu escapar, já que era espancado pelo dono do circo. Fora de Sotero, ele encontrou com ciganos, que queriam lhe vender e fazer de escravos, foi então que Benjamim fugiu novamente. 

Após passar por vários outros circos, ele substituiu o palhaço titular do circo onde trabalhava, pois havia ficado doente e não tinha mais ninguém para substituí-lo. Em sua primeira apresentação, recebeu fortes críticas negativas do público. Após se firmar como artista de circo, Benjamim chegou ao Rio de Janeiro, tendo o seu trabalho reconhecido não apenas pelo público, mas também pelos críticos.

Foi no Rio que o palhaço vivenciou um dos momentos mais importantes de sua vida: o seu desempenho chamou a atenção do presidente da República de então, o Marechal Floriano Peixoto. Apesar da fama e sucesso, Benjamim terminou praticamente na miséria no final de sua vida.