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Entrevista com Paulo Manu: “Com tanto que falaram resolvi me inscrever em uma escola de moda no Rio de Janeiro, sem pretensão nenhuma fiz o teste e para minha surpresa fui aprovado. Nunca fugi da raia então resolvi enfrentar o desafio.”

Como ele mesmo diz, tudo simplesmente aconteceu. Assim como o big bang deu origem ao Planeta Terra, os deuses da moda e da passarela fizeram acontecer o casamento entre Paulo Manu e o mundo da moda.
Ele gentilmente recebeu o Jornal DR1 durante seus afazeres e respondeu algumas questões sobre sua vida, sua carreira e seu projeto no mundo da moda, que você acompanha aqui no Jornal DR1.

Jornal DR1: Quem é Paulo Manu?

Paulo Manu: Bem, Paulo Manu agora é um senhor de 61 anos, por uma jogada do destino em 1982 os colegas e amigos que falavam que eu era elegante e que me vestia bem, como um manequim de passarela. Levava isso a sério? Não, mas sempre gostei de moda e de me vestir com boas roupas para a época.
Com tanto que falaram resolvi me inscrever em uma escola de moda no Rio de Janeiro, sem pretensão nenhuma fiz o teste e para minha surpresa fui aprovado. Nunca fugi da raia então resolvi enfrentar o desafio. Depois de todo o curso que durou cinco meses, consegui passar e aí nasceu o Paulo Manu

Jornal DR1: Quando você descobriu que o mundo da moda era seu lugar?

Paulo Manu: Na realidade não descobri que o mundo da moda era o meu lugar, apesar de sempre gostar muito de estilo, de ver revistas, ler sobre Paris, era fã de Gil Brandão, Clodovil, fã de estilistas da década de 1980, nunca me vi como integrante do mundo da moda. Foi um acidente de percurso, eu abracei e estou dentro desse mundo maravilhoso até os dias de hoje, muito feliz!

Jornal DR1: Você é filho de uma modelista, o quanto isso te influenciou?

Paulo Manu: Sendo filho não só de uma modelista, mas sim de uma mulher muito guerreira, porque mesmo bem nascida era uma mulher guerreira. Enfrentou os pais, principalmente meu avô que era um militar de patente. Minha avó era muito tradicional, criada em colégio de freiras. Minha avó morreu muito cedo, com 46 anos e foi aí que a luta da minha mãe se iniciou, pois ela quem criou todos os irmãos. Minha mãe negra, casou com um branco e sabia costurar, oficio aprendido com minha avó. Eu sou filho do segundo casamento de minha mãe e acompanhava o trabalho e a trajetória dela. Somos dois irmãos desse segundo casamento e minhas irmãs também integravam esse mundo de costura. Apesar disso tudo não me senti influenciado, até porque, apesar de ser muito talentosa. O encontro de Paulo Manu e o mundo da moda simplesmente aconteceu. Mas mamãe era muito talentosa para a costura, além de ser um exemplo de mulher guerreira.

 

Jornal DR1: Muita gente só vê o glamour dos desfiles, como funciona os bastidores e o dia a dia de um modelo?

Paulo Manu:  Muita gente pensa que ser modelo é só o glamour dos grandes desfiles, roupas finas e joias. Mas a realidade é o oposto, vida de modelo é difícil, é batalha, pois até chegar a uma grande agencia ou em um grande desfile, há muita luta pelo caminho. A vida das modelos é baseada em correr atrás. Apesar de a internet estar aí para ajudar, há muito estudo, conhecimentos sobre moda, maquiagem, roupas. Além de desfilar a modela deve saber como falar sobre tudo o que representa em cada desfile. Ser modelo é ser exemplo.

Jornal DR1: Conte um pouco do seu projeto, como funciona?

Paulo Manu: O projeto de preparar profissionais no campo da moda começou em 1986. Um amigo meu, já falecido, dava aula em uma academia e a dona dessa academia era ex-bailarina do Theatro Municipal do Rio. Esse meu amigo indicou o trabalho dela formar profissionais da moda, ela gostou da ideia e ele me indicou. A principio neguei, eu era modelo e como naquela época a comunicação era pior e as distancias grandes era bem difícil, mas era por amor, era gratificante.
O Projeto tomou forma depois de três turmas. E começou através de um modelo de uma agencia em que eu trabalhava e deu essa ideia, juntei o útil ao agradável, pois sempre quis trabalhar com as pessoas das comunidades, que é um celeiro de pessoas bonitas. Formei duas misses e um mister, fora os modelos que ganharam passarelas pelo Brasil e pelo Mundo. Esse mundo também é uma convergência do mundo esportivo. Já formei modelo dois jogadores de basquete, que são jovens e com mais de 1,90m de altura e um capoeirista que me deixa na dúvida de qual atividade ele exerce melhor.
Seguirei nessa missão enquanto Papai do Céu me permitir.

Jornal DR1: As pessoas que buscam modelar podem te encontrar de que forma?

Paulo Manu: Eu na verdade não formo manequins, eu lapido os candidatos, pois ser modelo, posar para fotos, qualquer pessoa pode ser. Para entrar na passarela são outros quinhentos. Nem toda menina magra, alta e bela necessariamente será uma boa modelo. Muitas já passaram por mim e indiquei ser Comissária de Bordo, médica, advogada. Para ser modelo, os deuses da moda precisam querer que a mulher entre na passarela. Sou autentico e verdadeiro e é assim que eu trabalho.
Mas quem quiser me procurar para aprender entre outras coisas etiqueta, trato social, termos internacionais, receptividade, assessoria para se vestir, no projeto Manu Modas ou no meu instagram @paulomanu09.

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