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Era Golpe Não Amor: mulheres estão mais atentas a golpes financeiros em relacionamentos por apps

Foto: Freepik

9% das mulheres buscam encontros presenciais após interação online
em 2023, no ano passado eram 82%

45% das mulheres ativam sua localização para terceiros quando vão ao
primeiro encontro

São Paulo, Outubro 2023 – Ano passado, a iniciativa Era Golpe, Não
Amor [2] foi lançada em parceria com a Hibou [3] – empresa de pesquisa e insights de mercado e consumo, com a Associação Brasileira de EMDR – oferece terapia gratuita a vítimas de golpes sentimentais, e com o Ministério Público de São Paulo – suporte com esclarecimentos
jurídicos e apoio gratuito por meio do NAVV – Núcleo de Atendimento à Vítimas de Violência.

Após o tema de Estelionato Sentimental ter vindo à tona com força no
Brasil, a Hibou realizou um novo estudo para avaliar como está o
comportamento das mulheres em aplicativos de relacionamento. A pesquisa recente foi feita com 2036 mulheres de todo o país.

“Apesar de leve aumento da visibilidade e de cuidados na hora de se
relacionar, ainda há muito desconhecimento sobre o Estelionato
Sentimental como uma prática criminosa que deve ser denunciada. Este é um alerta importante para que as mulheres não caiam em uma cilada
financeira emocional enquanto buscam pelo _crush _perfeito”, afirma
Ligia Mello, coordenadora da pesquisa e sócia da Hibou.

Em comparação com 2022, mais mulheres passaram a usar os apps de
relacionamento. Se no ano passado, 24% delas usavam, este ano são 32%.
No Top 5 de apps mais usados estão: Tinder (67%); Badoo (31%); Par
Perfeito (26%); Happn (21%) e Facebook namoro (18%).

Primeiro_ date_

Houve uma leve queda na busca por contato efetivo após a interação
virtual de 82% em 2022, para 79%. E para os encontros presenciais,
medidas de segurança aumentaram como: ativação da localização,
feita por 45% (aumento de 2%); ter um amigo por perto vigiando de longe;
mais cautela para 19% (crescimento de 4%); e ter consigo acessórios de
segurança na bolsa foi aderido por 16% (aumento de 8%). Outras medidas
citadas de maneira relevante: encontro em locais públicos (62%), buscar
outras informações da pessoa em outras redes (36%) e realizar vídeo
chamada antes (29%).

“E ainda são 22% das mulheres que afirmaram não tomar nenhuma medida
de segurança_”_, observa Lígia Melo. “Isso mostra aumento da
confiança na percepção de golpes”.

O golpe tá on

A exposição das mulheres a casos de golpes financeiros em
relacionamentos por aplicativos continua semelhante a de 2022. No
apanhado geral, 4 em cada 10 mulheres afirmaram ter tido contato com
alguma dessas situações, seja com elas mesmas ou uma pessoa próxima.

Além dessas, 11% perceberam na hora que estavam sendo abordadas por um
golpista, um aumento de 2% em relação ao ano anterior.

Com isso, os mecanismos de golpe sofreram mudanças, o que é um reflexo
de golpistas mais atentos ao conhecimento das mulheres sobre como eles agem. Os pedidos de dinheiro emprestado caíram 5%, enquanto pedir para pagar alguma conta aumentou 11%. A invenção da história de vida
aumentou 7%. “Os métodos de golpe que mudaram no último ano têm a ver com a capacidade de convencimento de um público mais atento. É diferente pedir para pagar uma conta do que pedir o dinheiro em si”,
afirma Ligia.

Prejuízo financeiro e dor emocional continuam em alta

Das que caem nos golpes, o impacto financeiro cresceu aproximadamente
2%. Quase metade das respondentes (44%) sofreram ou conhecem alguma
vítima que teve prejuízo. Dessa parcela, as perdas de 14%
ultrapassaram a cifra de R$5 mil. Para 12%, o golpe foi na faixa de
R$500 a R$1000; 8%, de R$1000 a R$2000; 4%, de R$2000 a
R$5000; e 5%, de até R$500 – todos cresceram.

Ao mesmo tempo em que houve aumento em 4% das vítimas que afirmam terem entrado em depressão, a procura por ajuda psicológica cresceu em 2%. E também há mais segurança em seguir na busca pelo amor. Ano passado, 29% desistiu dos apps, e este ano, apenas 17% deixaram os aplicativos de lado.

“Desenvolvemos o hub ‘Era Golpe Não Amor’ a partir da percepção
de que as mulheres brasileiras precisavam de suporte contra um golpe
pouco falado e para dar notoriedade a essa situação, além de suporte
e apoio às vítimas. Os dados deste ano ainda são preocupantes, mas
nos dão a certeza de que informar e acolher é o caminho certo”, diz
Desiree Hamuche, idealizadora do projeto.

Estelionato
“Art. 171 – Obter, para si ou para outrem, vantagem ilícita, em
prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante
artifício, ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.

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