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Espetáculo “Menina Mojubá” chega ao Teatro Dulcina, após esgotar todos os ingressos em duas temporadas consecutivas

CRÉDITO DAVI TAVARES

Premiado espetáculo humaniza a trajetória de pombagira para desconstruir preconceitos

Partindo do princípio de que a falta de conhecimento é o que sustenta a intolerância religiosa, “Menina Mojubá” coloca a existência de uma entidade de origem afro-brasileira no coração do debate, com o objetivo de questionar e desconstruir preconceitos. Após duas temporadas seguidas que resultaram em todos ingressos esgotados, o espetáculo retorna aos palcos, agora no Teatro Dulcina. Na primeira semana as apresentações ocorrerão nesta sexta (14) e sábado, às 19h, e domingo, às 18h. Já na segunda semana, as apresentações serão apenas no sábado, às 19h, e no domingo, às 18h. Os ingressos estão à venda no Sympla, custando R$15,00 (meia-entrada) e R$30,00 (inteira).

“Menina Mojubá” revela a história de Menina, uma criança que cresceu na rua, conheceu as durezas da miséria, foi exposta a caminhos ilegais e esbarrou em um cortiço onde conheceu a maldade humana, mas Menina carregava em si uma força ancestral que a fez rainha no mundo espiritual. Sendo assim, ela busca garantir não só a própria sobrevivência, mas a de todos que são merecedores do seu amor. Com dramaturgia e atuação de Marcela Treze e direção de Gabriel Gama, “Menina Mojubá” já recebeu 17 Prêmios e 24 indicações e já circulou por diversos lugares, ressaltando não apenas a excelência artística do espetáculo, mas também sua capacidade de tocar em questões culturais profundas e urgentes. 

Sendo este espetáculo o primeiro da Cia Iboru Produções, a atriz Marcela compartilha seu entusiasmo diante do sucesso de “Menina Mojubá”, que esgotou todos os ingressos nas duas últimas temporadas realizadas no Teatro Glauce Rocha. “Pra nós o mais incrível é ver pessoas que nunca se identificaram com o ambiente teatral, nunca se viram nos palcos ou se interessaram por essa linguagem estarem se reconhecendo ali, se interessando e tendo uma nova perspectiva sobre o fazer artístico. Povos de terreiros que carregam tanta habilidade artística ancestral, conseguem se reconhecer como tal e isso é inspirador! Poder levar a beleza das pombagiras para tanta gente, é definitivamente um presente ancestral!”, destaca.

A peça tem o potencial de contribuir para o processo de desconstrução de preconceitos enraizados em relação às religiões de matriz africana, humanizando as entidades, como explica Marcela. “O espetáculo conta a história da pombagira de maneira empática, fazendo com que o pensamento imposto pela sociedade, muitas vezes demonizando este ser, se transforme em um novo olhar sobre essas entidades, criando uma relação mais humana e menos mistificada.”

Destacando-se por incorporar elementos autênticos da ritualística de terreiro, como os sons vibrantes do tambor, o aroma envolvente das ervas, e os pontos cantados, “Menina Mojubá” proporciona uma imersão completa aos espectadores. “O público é surpreendido ao entrar no espetáculo com o aroma das ervas e incensos depois de tomar uma cachaça branca para aguçar os sentidos, enquanto os músicos tocam para exu nos atabaques. Durante o espetáculo, são sete trocas de figurinos, dando vida e identidade aos personagens apresentados”, detalha a atriz.

“Menina Mojubá” é um espetáculo essencialmente pautado na ancestralidade, sendo também um movimento de reconhecimento e valorização das entidades de matrizes africanas, muitas vezes mal compreendidas e estigmatizadas na sociedade. “Todos os dias antes de começar a apresentação, eu peço aos meus guias que entreguem aquilo que as pessoas buscam ali. Peço para que saiam encantados pela beleza de pombagira e certos que essa entidade transmite amor”, conclui.

SINOPSE

Uma criança brasileira cresce nas ruas e descobre carregar consigo uma força ancestral. Se torna uma pombagira após seu trágico falecimento, tornando-se uma figura poderosa no mundo espiritual, capaz de proteger e livrar todos que tenham caminhos semelhantes aos seus. A história entrega um verdadeiro presente ancestral, apresentando ao espectador os elementos de relevância da ritualística de terreiro: sons do tambor, o aroma das ervas e os pontos cantados. Assim são apresentadas as entidades e suas características de vestimenta e trejeitos, com dança, música e muita energia feminina, oferecendo ao espectador uma experiência única de teatro.

SERVIÇO

Local: Teatro Dulcina
Endereço: R. Alcindo Guanabara, 17 – Centro, Rio de Janeiro – RJ
Datas: 14, 15, 16, 22 e 23 de junho (Primeira semana: sexta-feira e sábado às 19h e domingo às 18h. Segunda semana: sábado às 19h e domingo às 18h)

Ingressos: R$15,00 (meia-entrada) e R$30,00 (inteira)
Link para adquirir ingresso: Sympla
Duração: 55min
Classificação: 10 anos

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