Dirigido e idealizado por Kinho JP, “Proibidão” aborda a cultura da favela e suas identidades por meio de inúmeras vertentes da dança. Em sua nova temporada de apresentações, o espetáculo reforça ainda mais seu compromisso com a narrativa autêntica da periferia, dialogando diretamente com as narrativas de corpos que atravessam este território. O espetáculo reestreia na Arena Carioca Dicró, localizado na Penha, no dia 1º de setembro com sessão dupla, às 16h e 19h, e no dia seguinte (2), às 19h. A entrada é gratuita.
“Proibidão” surge a partir de uma inquietação de Kinho acerca da favela e o que compõe esse lugar, como ele defende: “Tudo o que vem da periferia é visto pela sociedade, principalmente a burguesia, com um outro olhar. E daí comecei a refletir sobre inúmeras questões que envolvem o baile funk, as músicas e as letras que as compõem. A partir da minha pesquisa, eu comecei a aprofundar e percebi que o ato de proibir, ou de tentar proibir, é um aspecto intrínseco a muitos elementos da vida periférica.”
Os funks proibidões, que serviram como inspiração para este espetáculo, é um ritmo marginalizado pela sociedade, mas são canções que trazem um retrato da realidade das vidas periféricas. “Quando a gente fala desse gênero musical, muitas pessoas criticam, marginalizam, mas o que é cantado nas músicas não é nada mais nada menos do que a nossa realidade”, ele ressalta.
De acordo com Kinho, o espetáculo amadureceu desde sua estreia: “Quando começamos, por mais que tivéssemos ensaiado por um período, a ideia do que era o Proibidão ainda estava sendo desenvolvida. Essa nova temporada chega como um projeto mais sólido”, explica, sendo este espetáculo uma criação coletiva. Além da maturidade adquirida, a nova temporada traz novos intérpretes que, com certeza, trarão uma nova dinâmica para as apresentações. Essa renovação no elenco potencializa a veracidade e proporciona um frescor, mantendo a energia do espetáculo.
Todos os intérpretes que compõem o espetáculo têm ligação com a favela, como Kinho ressalta: “O corpo que eu autodenomino de corpo marginal, é um corpo que já carrega consigo uma essência favelada. Então, a escolha dos intérpretes terem um corpo marginal é por conta deles terem essa verdadeira identificação com a favela.”
Em sua primeira temporada, “Proibidão” foi recebido de maneira bastante positiva pela maioria do público. Entretanto, como Kinho ressaltou, “não é unânime. Em alguns lugares, algumas pessoas chegaram a ir embora. Mas, para quem eu quero falar, que é gente da gente, o espetáculo chega. Vejo que a maior dificuldade de compreensão vem daqueles que não entendem a realidade da favela e do favelado. Para essas pessoas, o espetáculo é mais difícil de se entender, enquanto para quem é de favela, ele é muito mais contemplado.”
Em relação à nova rota de apresentações, o diretor compartilhou suas expectativas: “Por serem lugares mais próximos da favela, espero levar um espetáculo que os represente. Quero que o público se veja refletido em nosso trabalho e sinta que sua realidade está sendo devidamente retratada e valorizada.”
O projeto teve incentivo do Programa de Fomento à Cultura Carioca – FOCA da Prefeitura
da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ) e da Secretaria Municipal de Cultura (SMC).
PROGRAMAÇÃO
Local: Arena Carioca Dicró | End.: Parque Ari Barroso – Entrada pela, R. Flora Lôbo, s/n – Penha Circular
Datas e Horários:
01/09 (Sexta-feira) – 16h
01/09 (Sexta-feira) – 19h
02/09 (Sábado) – 19h
GRATUITO
FICHA TÉCNICA
Direção artística: Kinho JP
Assistente de Direção: Ronald Sheick
Intérpretes-criadores: Kill Bill, Jacki Karen, Wesley Oliveira, Kinho JP e LG Guian
DJ e Beatmaker: Furtamec
Iluminação: André Martins
Cenotécnico: Marcus Callegario
Coordenação de produção: Rafael Fernandes
Produção executiva: Paulla Mello
Fotografia e Designer: Charles Pereira
Figurino: Nath Baliano
Redes Sociais: Verônica Vieira
Assessoria de Imprensa: Monteiro Assessoria
Produção: Quafá Produções
Duração: 70min.
Classificação Indicativa: 14 anos