Fui convidada como imprensa para cobrir o Método CIS, o maior treinamento de inteligência emocional do mundo, comandado pelo PHD Paulo Vieira. Foram três dias de imersão intensa, repletos de histórias, aprendizados e transformações. Entre tantas entrevistas que tive o privilégio de realizar, uma delas mexeu profundamente comigo: a conversa com o palestrante Marcos Rossi.
Marcos nasceu com a síndrome de Hanhart, que impede o desenvolvimento dos braços e das pernas. Mas nada disso o impediu de viver uma vida extraordinária. Casado, pai de dois filhos, apaixonado por desafios e superações, ele pratica surf, skate, mergulho com cilindro, salto de paraquedas e tornou-se o primeiro piloto sem braços e sem pernas a competir em um rali.
O que mais me tocou não foram apenas seus feitos impressionantes, mas sua postura diante da vida. Marcos escolheu não se colocar no lugar de vítima. Decidiu fazer o melhor com o que tem — e o que ele tem é gigante. Ele precisa de ajuda para comer, se vestir, beber água e realizar tarefas básicas, e teve de se despir do orgulho para aceitar isso. Mas, ao invés de reclamar, decidiu ser o protagonista da própria história.
Vaidoso, cuidadoso com sua imagem e dono de uma energia contagiante, me concedeu uma entrevista que jamais esquecerei. Logo depois, conversei com sua esposa, Joana Rossi, e me surpreendi com a leveza dela. Tranquila, sorridente, parecia irradiar amor e naturalidade. Não há fardo — há parceria, cumplicidade e propósito.
E agora, deixo uma provocação para você, leitora: se alguém que enfrenta desafios físicos tão intensos vive com tanta entrega, coragem e alegria… por que tantas pessoas com o corpo saudável, perfeitas em suas capacidades, passam a vida reclamando? Por que tanta preguiça, tanto medo de tentar, de se arriscar, de se expor?
Saí daquele encontro transformada. Conversar com Marcos e Joana foi um presente. Um lembrete poderoso de que limites não definem ninguém — escolhas sim.
A história de Marcos é um convite — ou melhor, um espelho. Talvez o que esteja te faltando não sejam pernas ou braços… mas decisão.



