Em tempos de disputas mundiais com conflitos armados na Somália, Sudão, Iêmen, Mianmar, Nigéria, entre outros, a invasão à Ucrânia e a guerra entre Israel e o Hamas, na Faixa de Gaza, estão entre as crises que têm causado sofrimento humano em larga escala. Este último, em particular, tem sido ponto de referência de retomada de lembranças dolorosas com relação ao Holocausto contra os judeus, entre outras etnias, durante a Segunda Grande Guerra. Desde que tais lembranças foram evocadas pelo presidente Lula para denunciar a destruição de Gaza por Israel, o governo israelense se posicionou como um mártir de uma cruzada em favor os judeus e contra os palestinos de todo mundo.
Nada mais falso do que tomar a parte pelo todo. O Governo de Israel não representa toda a comunidade judaica com sua agenda de horrores. Muitos intelectuais judeus de relevância internacional, entre os quais, a escritora e jornalista russo-americana Masha Gessen, têm se posicionado contra a política declarada de limpeza étnica de Netanyahu na Faixa de Gaza. O genocídio, com a morte de 29.252 palestinos, incluindo a infâmia morte de mulheres e crianças na Cisjordânia, traduz medo e indignação com relação a Israel, o que pode colocar seu povo no foco de sentimentos antissemitas.
Entretanto, como colocado anteriormente, o governo de Benjamin Netanyahu e de seus aliados ocidentais não é a comunidade judaica, não representando seus interesses ou ideologias. Portanto, dentro de um raciocínio lógico simples, não há qualquer lastro de perseguição contra os judeus, seja como religião ou raça, seja mesmo como Estado. Há, no entanto, uma comoção e reprovação generalizada contra a forma de governo de poucos bárbaros que pensam poder massacrar muitos a ferro e fogo em sua agenda política de horrores.