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Ética e Cidadania: Longevidade e inclusão digital

Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil

O envelhecimento da população é um fenômeno que atinge a maior parte dos países no mundo. Com o avanço da tecnologia e da medicina preventiva, melhores condições de vida e a expectativa de vida mais longa têm abarcado cada vez mais pessoas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em 2080, a população idosa será maior do que a jovem na faixa dos 18 anos. Tais dados, para além do inventário estatístico, informam sobre a necessidade de mudanças sociais em favor de políticas públicas e iniciativas que valorizem a longevidade. Esse pode ser o caso da política de inclusão digital.

Atualmente, boa parte da população idosa sofre com a falta de letramento digital: 42% dos brasileiros na faixa de 60 anos ou mais não usa a internet e outros 61% possuem condições precárias de acesso. Estar online, no entanto, não é suficiente para caracterizar a inclusão digital. É preciso desenvolver conhecimentos e habilidades digitais que os capacitem ao acesso e uso de serviços online tais como Gov.com, Carioca digital, e-Título, entre outros. Sem o devido domínio de como usar esses serviços, a população idosa torna-se dependente e incapaz de exercer sua cidadania de forma satisfatória. A tendência é que tal quadro se agrave, sobretudo, com o advento da IA.

Considerar a adoção de tais políticas é somente a ponta do iceberg. Uma leitura mais atenta nos leva a considerar que tal necessidade hoje configura o fato de que o segmento da população mais madura é alvo não apenas de isolamento social, mas sobretudo de preconceito. O idadismo ou etarismo, preconceito baseado na idade, constitui um retrocesso ideológico que pode custar caro às futuras gerações. Afinal, todos nós caminhamos para o mesmo fim. Como a tecnologia não deixa de progredir a largos passos, pode ser que, lá no futuro, sejam os excluídos os que hoje excluem. 

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