A imprensa brasileira não para de noticiar a tarifação de 50% imposta pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros. Concomitantemente, a empresa americana de Aviação Horizon Airlines retoma negociações e incorpora dois aviões do modelo E175 da Embraer à sua frota (27 de junho). A novidade agora é a abertura de uma investigação, a cargo do USTR, o Escritório do Representante de Comércio dos EUA, sobre práticas comerciais injustas, desmatamento e ataques do Brasil a empresas de redes sociais americanas. Para tal fim, seu representante, Jamieson Greer, “desenterrou” um antigo regulamento da Legislação americana de 1974, que autoriza o governo americano a penalizar, por meio de tarifas ou outras medidas, qualquer nação estrangeira que adote práticas injustificadas de comércio com os EUA.
O documento destaca que o Brasil estaria prejudicando empresas do setor conhecido como big tech, no cenário de disputas comerciais, por questões políticas. No ano passado, o multibilionário Elon Musk teve sua plataforma X temporariamente bloqueada por não censurar uma suposta articulação e tentativa de golpe contra a soberania brasileira. A motivação política por trás da decisão de tarifação poderia protagonizar uma comédia de erros, marcada por disputas de poder, preocupação com a aparência respeitável entre os vizinhos, a suspeita que alguém está sempre sendo enganado, e um frenesi de retaliações econômicas.
Em última análise, pode-se dizer que a lógica do mercado tende a classificar tudo isso como uma “quimera”, onde o livre mercado soberano impõe suas próprias leis, moldando a interação entre oferta e demanda, concorrência, produção de lucro em bens e serviços em favor do próprio sistema. Nesse cenário, tudo termina bem com um consórcio proveitoso para todos os envolvidos. É o que demonstra o final feliz entre as empresas americana e brasileira, Horizon e Embraer.