A suspensão da rede social X do bilionário sul-africano Elon Musk no Brasil por determinação do ministro Alexandre de Moraes do STF protagonizou uma disputa que vai além dos trâmites legais. Sem representante legal no Brasil, a plataforma também se recusa a cumprir as determinações das leis vigentes do país que o recepcionou com boas vidas de parceria comercial. Qual foi a parte das boas relações diplomáticas de comércio entre países de reputada democracia e soberania nacional que o Sr. Musk não entendeu?

Em suas relações com a China, cujo Partido Comunista estabelece claramente o que pode e o que não pode ser dito, Elon Musk parece não ter problemas em aceitar limites.  Muito amiúde, suas relações são de respeito mútuo e, diria até, de calorosas demonstrações de apreço entre apertos de mãos e troca de elogios. Seu discurso em favor da liberdade de opinião e da democracia silencia-se frente ao grande mercado que a China ora oferece com subsídios e bençãos. Tivesse o sr. Musk mantido a coerência de valores e atitudes nos dois casos, com Brasil e com a China, não estaria eu aqui escrevendo este texto. Choca-me, ainda, a falta de sensatez e de pudor ao trocar valores democráticos por cifras.