O desabafo emocionado de Janaína Benette traduz a dor de uma mãe que perdeu a filha de forma brutal. Júlia Benette Rodrigues, de apenas 22 anos, foi morta a facadas pelo ex-companheiro na noite da última terça-feira (16), no Complexo do Chapadão, Zona Norte do Rio de Janeiro. O sepultamento da jovem ocorreu no fim da manhã desta quinta-feira (18), no Cemitério de Irajá, sob forte comoção de familiares e amigos.
“Eu só peço justiça. É um coração de mãe que clama. Um coração que foi dilacerado. Que ela não seja mais uma na estatística de feminicídio”, afirmou Janaína, visivelmente abalada. Segundo ela, Júlia foi atingida por 12 facadas nas costas e não teve qualquer chance de defesa. No momento do crime, a jovem segurava a filha de 2 anos no colo, que também foi ferida. A outra filha da vítima, de 5 anos, presenciou o ataque.
Ainda de acordo com a mãe, o crime expõe a fragilidade das políticas de proteção às mulheres vítimas de violência. “A gente não quer que isso fique impune. Tem que existir leis mais rígidas. Eles ficam presos hoje e amanhã estão soltos para fazer novas vítimas. É justiça que a gente quer”, desabafou.
A prima de Júlia, Alice Aparecida, revelou que a jovem já havia sofrido episódios anteriores de violência cometidos pelo mesmo agressor. O relacionamento entre os dois durou cerca de seis meses e, segundo a família, já apresentava sinais de abusos e agressões antes do desfecho trágico.
O caso reacende o alerta sobre a violência contra a mulher e o feminicídio, que continuam fazendo vítimas em todo o país. Familiares de Júlia esperam que o crime não seja esquecido e que a responsabilização do autor sirva como um marco na luta por justiça e por mais proteção às mulheres.


