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Ex-cunhada aponta em gravações envolvimento de Jair Bolsonaro, no caso das rachadinhas

O presidente Jair Bolsonaro foi apontado como envolvido direto no “Caso das Rachadinhas”, segundo sua ex-cunhada, em gravação divulgada pelo site Uol. A fisiculturista Andrea Siqueira Valle, disse que o mandatário demitiu seu irmão, André Siqueira Valle, porque ele se recusou a entregar a maior parte de seu salário a Bolsonaro, que na época era deputado federal.

Nas gravações, a fisiculturista diz ainda que Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro e denunciado pelo Ministério Público no esquema de “rachadinha” no gabinete do então deputado estadual na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), não foi o único a recolher os salários dos funcionários do atual senador. Ela aponta que a maior parte do salário que recebia do gabinete do filho mais velho do presidente era recolhida pelo coronel da reserva do Exército Guilherme dos Santos Hudson.

“O André dava muito problema, porque o André nunca devolveu o dinheiro certo que tinha que ser devolvido, entendeu? Tinha que devolver R$ 6 mil, André devolvia R$ 2 mil, R$ 3 mil. Foi um tempão assim, até que o Jair pegou e falou: ‘Chega, pode tirar ele porque ele nunca me devolve o dinheiro certo'”, disse Andrea no áudio.

Andrea e André são irmãos de Ana Cristina Siqueira Valle, ex-mulher de Jair Bolsonaro e mãe do filho mais novo do presidente, Renan. Andrea foi assessora de Bolsonaro na Câmara entre setembro de 1998 e novembro de 2006. Depois, trabalhou no gabinete do vereador Carlos Bolsonaro (de novembro de 2006 a setembro de 2008) e de Flávio (de agosto de 2008 a agosto de 2018), período em que ele esteve na Alerj.

“Não é pouca coisa que eu sei, não. É muita coisa que eu posso ferrar a vida do Flávio, posso ferrar a vida do Jair, posso ferrar a vida da Cristina. Entendeu? É por isso que eles têm medo aí e manda eu ficar quientinha, não sei o que, tal. Entendeu? É esse negócio aí”, comenta Andrea em um dos áudios.

“O tio Hudson também já até tirou o corpo fora, porque quem pegava a bolada era ele. Quem me levava e buscava no banco era ele. Na hora que eu tava aí fornencendo também, e ele também estava me ajudando, lógico, e eu também estava. Porque eu ficava com mil e pouco e ele ficava com R$ 7 mil. Então assim, certo ou errado, agora já foi. Não tem jeito de voltar atrás”, completa em outro áudio.

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