Manter o corpo em movimento ajuda a reduzir o risco da doença e traz autoconfiança após o tratamento
O exercício físico é fundamental tanto para quem já enfrentou o câncer de próstata quanto para quem quer prevenir a doença. Falar de exercício e câncer de próstata é falar de vida. Muita gente ainda associa o tema a medo, tabu e silêncio, mas o movimento pode ser um dos maiores aliados — tanto para prevenir quanto para superar a doença.
Luiz Fernando Lukas, profissional de Educação Física e Pós-graduado em Musculação e Treinamento de força, explica que quando a gente se mexe — seja caminhando, pedalando, correndo ou fazendo musculação — o corpo trabalha de forma mais inteligente. O sangue circula melhor, os hormônios se equilibram, a imunidade fica mais afiada e a inflamação diminui. Tudo isso cria um ambiente menos favorável para o aparecimento do câncer. É como se o corpo virasse um terreno mais limpo, onde o problema tem menos chance de crescer.
“E quando falamos em praticar exercícios, não estamos dizendo que é preciso ser atleta. Caminhadas regulares, treinos leves de musculação e atividades que façam o coração bater mais forte já trazem resultados incríveis. O segredo está na constância, não na intensidade”, destaca Lukas.
Luiz Fernando aponta ainda que, para quem já teve câncer de próstata, o exercício ajuda a reconstruir a força física e emocional. Durante o tratamento, é comum sentir fraqueza, perder massa muscular, ganhar gordura e até ter alterações hormonais que mexem com o humor e o desempenho sexual. Com a liberação médica, os exercícios ajudam a virar esse jogo.
“A musculação, por exemplo, devolve a força e o tônus muscular. As caminhadas e atividades leves melhoram a energia e o sono. Já os exercícios de assoalho pélvico — ainda pouco conhecidos — ajudam no controle da urina e da função sexual, que costumam ser afetadas depois da cirurgia”, explica o especialista.
Um dos pontos mais importantes é o fato de o exercício devolver a autoconfiança. O homem que passou por um procedimento na próstata volta a se olhar no espelho, sentir orgulho do próprio corpo e perceber que ainda é o dono da própria história. O treino vira uma forma de se reerguer e retomar as rédeas da saúde.
Estudos mostram que manter-se ativo depois do diagnóstico reduz o risco de o câncer voltar. Ou seja, o movimento não é só recuperação — é também proteção. Por isso, os homens não podem (nem devem) esperar o susto para cuidar de si. Mexer o corpo é cuidar do presente e do futuro. É investir em qualidade de vida, disposição e prevenção.



