Seis filmes de curta metragem produzidos por alunos de escolas públicas do Rio de Janeiro, Macaé e de uma escola indígena de Cumuruxatiba, na Bahia, vão ser apresentados no dia 6 de dezembro, das 10h às 13h, no Cine Estação NET Rio, em Botafogo. A mostra é o resultado do trabalho que foi realizado ao longo do ano em escolas do país pelo Programa Imagens em Movimento.
O Programa é uma iniciativa da ONG RAIAR, e tem por objetivo levar às novas gerações a aprendizagem crítica e criativa da linguagem do audiovisual. Para isso, a organização oferece oficinas de cinema gratuitas em escolas públicas do Brasil, no contraturno escolar (período em que os estudantes não têm aulas regulares).
O projeto é fruto de uma parceria pioneira na América Latina com a rede internacional “Cinema, Cem anos de Juventude”, fundada na França em 1995 por cineastas e educadores, e que hoje envolve organizações independentes de 15 países.
A cada ano, a rede “Cinema, Cem anos de Juventude” define de forma colaborativa um tema e desenvolve propostas pedagógicas para trabalhar o ensino do cinema em escolas de cada país participante. A rede promove também encontros presenciais anuais entre os jovens destes diferentes países.
Em junho de 2024, duas estudantes das oficinas de cinema do PIM participaram do encontro internacional ‘À nous le cinéma!’ em Lisboa, Portugal, que reuniu estudantes, educadores e cineastas que atuam como professores nas organizações parceiras. O evento contou com a presença do cineasta português Pedro Costa, padrinho do encontro, conhecido pelo filme ‘No quarto da Vanda’, premiado no Festival de Cannes de 2002 com o prêmio ‘France Culture’ concedido ao Cineasta Estrangeiro do Ano.
Documentários com temas diversos
A diretora e professora do PIM, Ana Dillon, explica que os estudantes puderam escolher os temas abordados, refletindo seus interesses e preocupações. “Os documentários produzidos revelam olhares da juventude sobre questões que consideram relevantes”, comenta.
Os filmes cariocas que serão exibidos no dia 6 abordam temas como a vida dos vendedores ambulantes dos trens, infância e violência no bairro da Penha, o Parque de Madureira, além de histórias de trabalhadores do bairro de Fátima que se dedicam a cuidar de outras pessoas.
A mostra inclui também documentários realizados em escolas de outras regiões brasileiras, como o filme ‘Os filhos de Zabelê’, produzido pelos alunos da Escola Estadual Indígena Kijetxawe Zabelê, da aldeia Tibá, em Cumuruxatiba, Bahia, que conta a história de Luciana Ferreira, liderança feminina que fundou a primeira escola de educação indígena local, e foi uma das responsáveis pela revitalização da língua patxohã.
Desde sua fundação em 2011, o Programa Imagens em Movimento beneficiou cerca de 2.730 alunos e 220 educadores em 13 anos, com mais de 220 filmes produzidos nas oficinas.
Além do Rio de Janeiro a mostra vai circular por mais quatro cidades: Várzea Paulista (SP), Camaçari (BA), Macaé (RJ) e Vitória (ES) e vai mostrar documentários produzidos por jovens cineastas de escolas públicas que desenvolveram obras autorais, executando todas as etapas de criação dos filmes, do roteiro à edição.