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Fabiano Contarato é eleito presidente da CPI do Crime Organizado por votação apertada no Senado

Foto: Carlos Moura/Agência Senado

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Crime Organizado elegeu, nesta terça-feira (4), o senador Fabiano Contarato (PT-ES) como presidente do colegiado. A votação foi marcada por um placar apertado: 6 votos a 5. O parlamentar derrotou o candidato da oposição, Hamilton Mourão (Republicanos-RS), em uma votação secreta que refletiu o equilíbrio político entre os grupos no Senado.

Por acordo entre os membros da comissão, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE), autor do requerimento que criou a CPI, será o relator dos trabalhos. Com a vitória de Contarato, Mourão foi escolhido, por aclamação, para ocupar a vice-presidência da comissão.

A eleição marca o início oficial dos trabalhos da CPI, que pretende investigar a atuação de organizações criminosas em todo o país, suas conexões com agentes públicos e possíveis falhas no combate às facções que dominam territórios e impõem o medo em diversas comunidades.


CPI nasce em meio à crise na segurança pública

A instalação da CPI ocorre em um momento de forte repercussão nacional após a megaoperação das forças de segurança no Rio de Janeiro, realizada na semana passada, que resultou na morte de 121 pessoas. A ação, que teve como alvo o Comando Vermelho (CV), reacendeu o debate sobre a eficiência e a legalidade das operações policiais em áreas de conflito.

O episódio também expôs divergências entre autoridades e setores da sociedade sobre o equilíbrio entre o combate ao crime organizado e o respeito aos direitos humanos.

Durante seu discurso de posse, Fabiano Contarato, que é delegado de Polícia Civil e conhecido por sua trajetória de defesa dos direitos humanos, afirmou que a CPI deve atuar com “rigor técnico e sensibilidade social”. Segundo ele, o objetivo é propor medidas efetivas que ajudem a enfrentar o crime sem criminalizar comunidades inteiras.

“Nosso papel é investigar com isenção, cobrar responsabilidade e propor soluções concretas. A violência e o crime não podem ser tratados apenas com força, mas com inteligência, políticas públicas e justiça”, declarou Contarato.

O relator Alessandro Vieira, também delegado de carreira, reforçou que a CPI pretende identificar as causas estruturais que permitem o avanço das facções e a corrupção que as sustenta.

“Vamos investigar desde o tráfico de armas e drogas até as conexões políticas e econômicas que alimentam o crime organizado. O país precisa de respostas concretas”, afirmou.


Expectativas e próximos passos

A CPI do Crime Organizado terá duração inicial de 180 dias, podendo ser prorrogada, e será composta por 11 titulares e 7 suplentes. O grupo deve iniciar as oitivas ainda neste mês, ouvindo autoridades da segurança pública, especialistas e representantes da sociedade civil.

O desafio dos senadores será equilibrar pressões políticas e institucionais, ao mesmo tempo em que buscam construir propostas de combate efetivo ao crime organizado — um tema que, após a tragédia no Rio de Janeiro, ganhou ainda mais urgência no debate nacional.

Com o comando de Fabiano Contarato e a relatoria de Alessandro Vieira, a expectativa é que a comissão una experiência policial e compromisso social para enfrentar um dos problemas mais graves e complexos do Brasil contemporâneo.

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