Megaoperação da Polícia Civil contra o Comando Vermelho na terça-feira resultou em ao menos 64 mortes e 81 prisões
O ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), atribuiu o atual cenário de violência no Rio de Janeiro, após a megaoperação policial realizada na última terça-feira (28), à “ultracapitalização” das facções criminosas — ou seja, ao grande poder econômico que esses grupos passaram a ter nos últimos anos.
Durante sua participação no Fórum Nacional Brasil Export Infraestrutura 2025, Dino explicou que o problema vai além do tráfico de drogas:
Segundo o ministro, as facções hoje atuam em diferentes setores da economia, como garimpo, mercado imobiliário e distribuição de combustíveis, o que amplia suas fontes de lucro e fortalece seu poder de influência.
Antes de assumir o cargo no STF, Flávio Dino foi ministro da Justiça e Segurança Pública no primeiro ano do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), sendo posteriormente sucedido por Ricardo Lewandowski, que segue à frente da pasta.
A operação mais letal do Rio
A Operação Contenção, deflagrada na terça-feira (28) contra o Comando Vermelho (CV), foi a mais violenta da história do estado. O balanço oficial aponta 64 mortos — sendo 60 suspeitos e quatro policiais (dois civis e dois militares do BOPE) —, 93 fuzis apreendidos e 81 prisões realizadas.
Em entrevista à CNN Brasil, o governador Cláudio Castro (PL) destacou que a ofensiva foi resultado de um ano de investigações e dois meses de planejamento, com participação do Ministério Público.
A declaração de Dino reacende o debate sobre como o crime organizado se expandiu para além do tráfico, tornando-se parte da economia formal e um desafio cada vez mais complexo para a segurança pública nacional.



